EUA veem tom de antagonismo ao país em falas recentes de Lula
Presidente brasileiro tem adotado postura crítica em relação aos Estados Unidos
Paulo Moura - 16/04/2023 11h47 | atualizado em 17/04/2023 12h51
As recentes declarações feitas pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente aquelas realizadas na China, não agradaram aos norte-americanos. Ao jornal Folha de S.Paulo, fontes estadunidenses dizem que Lula tem adotado uma postura de antagonismo em relação aos Estados Unidos.
Em território chinês, e até mesmo antes da ida ao país asiático, Lula passou a manifestar posicionamentos que são vistos pelos EUA, segundo relatos de integrantes do governo americano ouvidos na reportagem da Folha, como uma clara oposição a Washington.
Na China e nos Emirados Árabes Unidos, Lula fez diversas críticas aos norte-americanos como, ao dizer que o país incentiva a continuidade da guerra da Ucrânia, ao atacar a hegemonia do dólar e ao insinuar que os americanos pressionam o governo brasileiro a boicotar a China.
As fontes americanas, por sua vez, negam que o país tenha pressionado o Brasil a não ter relações com o regime de Xi Jinping, mas entendem que Lula e sua equipe de política externa, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial de Lula, Celso Amorim, escolheram um tom aberto de antagonismo aos EUA.
Para os estadunidenses, as manifestações de Lula no sentido de que os Estados Unidos prejudicam o fim da guerra, e de que os russos poderiam discutir a anexação da Crimeia, seriam uma repetição fiel ao discurso do Kremlin. Com essas falas, segundo as fontes norte-americanas, a credibilidade do Brasil como mediador do conflito estaria sendo minada.
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