EUA decretam sanções contra primeira-dama da Nicarágua
Rosario Murillo é acusada de violações aos direitos humanos
Ana Luiza Menezes - 27/11/2018 21h07

Nesta terça-feira (27), o governo dos Estados Unidos anunciou novas sanções contra a Nicarágua. A decisão americana foi tomada pelo posicionamento do governo da Nicarágua que de forma violenta tem feito repressão aos protestos contra o presidente do país, Daniel Ortega.
O Departamento do Tesouro decidiu aplicar sanções contra a vice-presidente e primeira-dama da Nicarágua, Rosario Murillo, e contra o assessor de Segurança Nacional do país, Néstor Moncada Lau. Os dois são acusados de violações aos direitos humanos e por corrupção.
As sanções, determinadas em ordem executiva assinada pelo presidente americano Donald Trump determinam o bloqueio de qualquer propriedade de Rosario e Moncada Lau sob jurisdição americana. Além disso, qualquer americano está proibido de realizar negócios com os dois, que também serão impedidos de entrar no país.
Um funcionário do alto escalão da Casa Branca revelou que o governo americano espera “efeitos significativos” com as sanções.
O Departamento do Tesouro classificou Rosario como “copresidente” da Nicarágua e destacou a influência da primeira-dama sobre grupos que foram acusados de praticar violações aos direitos humanos, como sequestros, torturas e execuções extrajudiciais, durante os protestos registrados contra Ortega desde abril.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, afirmou que o governo americano está comprometido em fazer o regime de Ortega prestar contas pela resposta aos protestos e pela corrupção que derivou nas mortes de centenas de nicaraguenses inocentes.
– A vice-presidente e seus agentes políticos buscaram desmantelar sistematicamente as instituições democráticas e saquear a riqueza da Nicarágua para consolidar seu controle do poder – disse Mnuchin.

O governo americano afirmou ainda que o assessor de Segurança Nacional de Ortega esteve envolvido em casos de corrupção, extorsão e pagamentos de propina em benefício do presidente.
Fontes da Casa Branca disseram que as sanções são um primeiro passo contra o círculo mais próximo de Ortega. Elas reiteraram a necessidade da convocação de eleições antecipadas na Nicarágua.
A crise provocada pelos protestos contra Ortega deixaram 325 mortos no país desde abril, segundo dados da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
*Com informações da Agência EFE
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