EUA consideram Cuba, Venezuela e China ineficazes contra o tráfico humano
Antony Blinken, secretário de Estado, apresentou relatório anual nesta quinta-feira
Pleno.News - 01/07/2021 17h37 | atualizado em 01/07/2021 18h50
Os Estados Unidos mantiveram nesta quinta-feira Nicarágua, Venezuela, China e Cuba na lista de países que não fazem o suficiente para combater o tráfico de pessoas e alertaram sobre problemas em países como Arábia Saudita e Israel, segundo o novo relatório do Departamento de Estado.
– Este crime é uma afronta aos direitos humanos e à dignidade humana – ressaltou Antony Blinken, secretário de Estado, ao apresentar o relatório anual.
Blinken argumentou que o tráfico de pessoas tem “um peso desproporcional” sobre quem “é alvo de opressão por outras injustiças” em países em desenvolvimento. Além disso, destacou que a pandemia de Covid-19 “agravou” os problemas entre os mais vulneráveis.
O chefe da diplomacia americana destacou as “atrozes” ações da China contra os uigures e outras minorias muçulmanas na província de Xinjiang, no oeste do país, onde quase um milhão de pessoas cumprem trabalhos forçados.
A lista, de 17 países, também conta com Afeganistão, Argélia, Mianmar, Comores, Eritreia, Guiné-Bissau, Irã, Coreia do Norte, Malásia, Rússia, Sudão do Sul, Síria e Turcomenistão.
Today, I am honored to release the 2021 TIP Report. It assesses governments’ efforts to combat human trafficking, including our own. So long as human trafficking exists, fighting it must be an effort of continuous improvement – with no finish line until we #EndTrafficking.
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) July 1, 2021
A inclusão na lista pode levar à imposição de sanções como o congelamento da ajuda não humanitária e não comercial ou a exclusão de empréstimos de instituições, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), se assim for decidido pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
Sobre Cuba, o relatório observou o “padrão do governo de se aproveitar dos programas de exportação de trabalhadores com fortes sinais de trabalho forçado, particularmente no seu programa de missões médicas estrangeiras”.
Em relação à Nicarágua, o Departamento de Estado norte-americano observou que o governo nicaraguense “continua a minimizar a gravidade do tráfico de seres humanos no país, apesar dos relatos da sociedade civil de um aumento das vítimas em 2020”.
No caso da Venezuela, o governo americano advertiu que as “autoridades fornecem apoio e um ambiente permissivo para grupos armados não estatais”, incluindo organizações colombianas ilegais, “para recrutar e utilizar crianças-soldados para conflitos armados e tráfico sexual enquanto operam em território venezuelano com impunidade.
O Departamento de Estado norte-americano também aponta para problemas em países considerados aliados tradicionais dos EUA, como Israel, onde, segundo o relatório, os esforços das autoridades para frear o tráfico de pessoas “não são sérios nem constantes”, e Arábia Saudita, que não respeita “normas mínimas de proteção” para os trabalhadores estrangeiros.
*EFE
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