Ana Luiza Menezes - 23/05/2018 16h45

Após a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, no dia 14 de maio, houve uma reunião do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com líderes evangélicos norte-americanos.

Netanyahu agradeceu aos pastores e ativistas por terem pressionado o presidente Donald J. Trump a transferir a embaixada, contrariando uma política americana que vigorava há décadas, que defendia que o status de Jerusalém deveria ser decidido em conversações de paz.

Na ocasião, o primeiro-ministro também indagou sobre os próximos países que seguiriam o exemplo dos Estados Unidos, analisando uma lista de nações com grandes igrejas evangélicas.

– O primeiro-ministro estava muito entusiasmado”, disse o pastor Mario Bramnick, que lidera uma igreja pentecostal perto de Miami.

A inauguração da embaixada em Jerusalém foi o principal reconhecimento público da crescente importância que o governo de Netanyahu atribui aos seus aliados cristãos conservadores, embora alguns deles tenham sido acusados de fazer declarações antissemitas.

Segundo especialistas, o governo de Netanyahu realizou uma guinada histórica e estratégica, passando a depender da base muito maior formada pelos cristãos evangélicos, mesmo correndo o risco de afastar os judeus americanos que podem estar apreensivos pelo fato de os evangélicos denegrirem a sua fé.

David M. Friedman, embaixador americano em Israel que presidiu a inauguração da embaixada, disse que os cristãos evangélicos apoiam Israel com um fervor e uma dedicação muito maior do que muitos membros da comunidade judaica.

Grandes líderes religiosos dos Estados Unidos, como o reverendo John C. Hagee, que é também um tele-pregador, e Robert Jeffress, partidário de Trump e pastor de uma mega-Igreja Batista do Sul de Dallas, têm sido apontados com outros nomes que apoiam o Estado de Israel.

O embaixador Friedman explicou que convidou Jeffress e Hagee para a inuaguração da embaixada porque eles são dois dos líderes mais seguidos da comunidade evangélica, a qual ele queria homenagear por ter-se demonstrado tão construtiva em sua contribuição para que a iniciativa pudesse avançar.

Netanyahu convidou mais de cem visitantes de prestígio no Ministério do Exterior para uma comemoração na véspera da instalação da embaixada e agradeceu publicamente a Hagee por seu constante apoio a Israel.

– Conheço o primeiro-ministro há muitos anos e me orgulho de poder chamá-lo de amigo – declarou o reverendo Hagee em um e-mail.

O americano disse ainda que vê Netanyahu como o Churchill dos tempos atuais.

Elie Prieprz, judeu ortodoxo que representa uma organização de colonos judeus da Cisjordânia, chegou a afirmar que se existe uma pessoa que ajudou Israel e os judeus do mundo a levantar dinheiro e reunir apoio político, é o pastor Hagee.

Leia também1 EUA inauguram embaixada do país em Jerusalém
2 Israel protesta na ONU por inquérito de mortes em Gaza
3 Paraguai e Guatemala terão embaixada em Jerusalém