Em Davos, Trump é elogiado pelas primeiras medidas econômicas
Grandes corporações americanas aprovaram a redução de impostos e a deportação de imigrantes ilegais
Pleno.News - 21/01/2025 16h56 | atualizado em 21/01/2025 18h40

Grandes empresas como a Coca-Cola, o Bank of America e a petrolífera Occidental aplaudiram nesta terça-feira (21), no Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), as primeiras medidas econômicas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; entre elas a redução de impostos e a deportação de imigrantes ilegais.
Tanto o CEO do Bank of America, Brian Moynihan, quanto a presidente e CEO da Occidental, Vicki Hollub, destacaram a força mostrada pela economia dos EUA nos últimos anos.
Na mesma linha, o presidente da Coca-Cola, James Quincey, expressou sua convicção de que as previsões de crescimento da economia americana para este ano, que ultrapassam 3%, se concretizarão sem problemas.
Todos aplaudiram o corte de impostos anunciado, que só consolidará uma tendência de crescimento que se deve à estrutura do sistema econômico do país.
Com relação às deportações em massa de imigrantes ilegais anunciadas por Trump, Hollub enfatizou que, em geral, são trabalhadores de baixa qualificação, cada vez menos necessários em um país onde a digitalização está avançando muito rapidamente.
Eles também descartaram qualquer efeito negativo sobre a inflação, pois é para isso que serve o Federal Reserve, o banco central dos EUA.
CAUTELA NO SETOR FINANCEIRO
Colegas de Moynihan também presentes em Davos, como os CEOs do Barclays, Venkat Venkatakrishnan, do BNY, Robin Vince, e do JPMorgan Chase, Mary Callahan Erdoes, foram mais cautelosos diante da avalanche de medidas de Trump.
Os três banqueiros citaram as tensões geopolíticas e os riscos cibernéticos como os maiores desafios enfrentados pelo setor, assim como a necessidade de continuar a digitalizá-lo e avaliar os efeitos da inteligência artificial.
A presidente do Banco Santander, Ana Botín, abordou a nova ordem econômica que Trump quer impor, destacando que a Europa deve arriscar mais.
– Precisamos fazer mais e mais rápido e, pela primeira vez, estar à frente dos Estados Unidos – disse ela, em relação às tarifas que podem ser aplicadas aos produtos europeus.
DÚVIDAS NO MEIO ACADÊMICO
Em uma entrevista à EFE, a ex-ministro das Relações Exteriores e atual reitor da Escola de Assuntos Internacionais de Paris, Arancha González Laya, disse que a possível aplicação de tarifas poderá ser um elemento desestabilizador tanto para a economia global quanto para a dos EUA.
Em uma economia “superaquecida” como a dos Estados Unidos, explicou Laya, a aplicação de tarifas, a imposição de deportações de imigrantes, a redução de impostos e o aumento de gastos podem ter efeitos muito negativos sobre a inflação.
No entanto, o economista e professor de Harvard Kenneth Rogoff, que participou de um debate sobre a moeda americana, reconheceu que as tarifas anunciadas por Trump “já estão descontadas em dólares”.
*EFE
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