Eleições do Peru: Keiko Fujimori pede anulação de 200 mil votos
Com 99% dos votos contabilizados, Fujimori está sendo derrotada pelo esquerdista Pedro Castillo por 70 mil votos
Pleno.News - 10/06/2021 10h00 | atualizado em 10/06/2021 10h31
A candidata Keiko Fujimori pediu às autoridades eleitorais do Peru, na quarta-feira (9), que sejam anuladas 802 urnas – o que corresponde a cerca de 200 mil votos – em meio a acusações de irregularidades e “fraude” no segundo turno do pleito presidencial realizado no último domingo (6) no país.
Keiko, que está atrás do esquerdista Pedro Castillo na apuração por 70 mil votos, apresentou o pedido à Junta Nacional de Eleições (JNE). Com 99% dos votos contabilizados, Castillo lidera a apuração com 50,2%, contra 49,7% de Keiko – uma diferença de cerca de 70 mil votos.
– Estas 802 urnas representam 200 mil votos que, quando foram admitidos, devem ser retirados da contagem nacional. Se acrescentarmos as 802 urnas nas quais foram apresentados pedidos de anulação e que representam cerca de 200 mil votos, e acrescentarmos 300 mil votos [de outras urnas que estão sob análise], ainda há 500 mil votos em jogo em nível nacional – disse Keiko.
FALSIFICAÇÃO E RESULTADOS
Os advogados Miguel Torres, militante do Força Popular, e Julio César Castiglioni apontaram na entrevista aparentes irregularidades detectadas em seções eleitorais atribuídas ao partido Peru Livre, de Pedro Castillo.
Entre as irregularidades, os dois mencionaram a suposta falsificação de assinaturas de membros de mesa em 503 urnas e de resultados de mesa em outras 132 urnas, onde não foi registrado um único voto a favor de Keiko Fujimori. Além disso, eles disseram que foram encontrados 65 casos em que as mesas de votação foram compostas por membros de uma mesma família, o que não é permitido.
– Vimos a intenção sistemática do Peru Livre de violar a vontade do povo – afirmou Keiko.
VOTO A VOTO
Por sua vez, Torres declarou que o Força Popular está ciente de que esta não é uma eleição de um partido e de uma pessoa, mas representará o modelo a ser seguido no país nos próximos cinco anos.
– [O partido] não vai jogar a toalha. Vamos continuar a receber denúncias de irregularidades e vamos lutar até a última votação – disse Torres.
Castiglioni acrescentou, por sua vez, que o partido “não está pedindo a anulação das eleições, mas sim que o voto dos cidadãos que apoiaram a candidatura de Keiko Fujimori seja respeitado”.
*EFE
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