Monique Mello - 20/09/2021 11h43 | atualizado em 20/09/2021 12h03

Rosie Duffield, deputada britânica do Partido Trabalhista, anunciou que não irá participar de uma conferência LGBTQIA+ promovida por sua sigla, por ela ter sido alvo de ameaças de ativistas da causa trans. A polêmica começou em julho, quando Duffield escreveu no Twitter que “apenas mulheres têm colo do útero”.

Desde então, a parlamentar e sua família têm sofrido ataques e ameaças online, o que fez Duffield se sentir insegura em comparecer ao evento.

– É difícil saber o quão a sério se deve levar as ameaças de pessoas que as publicam online. Mas elas são horríveis e eu não queria sujeitar a mim e outras pessoas a esse tipo de abuso. Não estou imaginando que necessariamente vão me machucar fisicamente, mas os níveis das mensagens são horríveis, e eu não queria passar por isso, para ser honesta – declarou Duffield neste sábado (18).

A deputada se diz apoiadora dos “direitos trans”, entretanto defende que homens e mulheres trans devem ser tratados da mesma forma que homens e mulheres biológicos. Ela é contra, por exemplo, a uma mulher trans (que nasceu biologicamente homem) ter acessos aos mesmos direitos de proteção à mulher biológica.

O porta-voz do parlamento, Lindsay Hoyle, pronunciou-se em defesa da liberdade de políticos eleitos de comparecer a eventos públicos.

– Representantes eleitos deveriam poder aparecer publicamente sem medo de se machucar – disse.

Em entrevista à BBC de Londres, o prefeito londrino Sadiq Khan também demonstrou o quanto acha isso absurdo.

– É inaceitável que alguém se sinta inseguro ao ir à conferência do Partido Trabalhista, seja Rosie Duffield, sejam jornalistas ou [seja] qualquer outra pessoa. Devemos ser capazes de ter essa conversa de uma forma civilizada – declarou Khan.

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