De novo: Parlamento britânico rejeita acordo de saída da UE
A primeira-ministra, Theresa May, afirmou que resultado tem "graves" consequências
Jade Nunes - 29/03/2019 14h34
A Câmara dos Comuns do Reino Unido rejeitou nesta sexta-feira (29), pela terceira vez, o tratado de saída do país da União Europeia (UE). Estava prevista para hoje a materialização do “divórcio” do bloco europeu.
Por 286 votos a favor e 344 contrários, a Câmara se recusou a dar o sinal verde ao texto sobre os termos da saída.
Uma vez revelados os votos, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que este resultado tem “graves” consequências e admitiu que teme que a Câmara tenha chegado ao limite do “processo”.
Com esta rejeição, o governo não poderá prorrogar o Brexit em 22 de maio, como esperava, e a nova data para a saída ficou fixada em 12 de abril, quando o Reino Unido terá que apresentar novas propostas e solicitar uma prorrogação mais longa ou sair do bloco europeu sem acordo nenhum.
A chefe do governo avisou que, com este resultado, é “quase certo” que o Reino Unido terá que participar das eleições europeias de maio.
Antes do término da apuração, May admitiu que não poder materializar o Brexit hoje, a data original, representava para ela uma “pena profundamente pessoal”.
A Câmara dos Comuns votou no tratado que fixa os termos da saída britânica, mas não na declaração política que o acompanha e que estabelece, em termos gerais, os objetivos da futura relação entre Londres e Bruxelas depois do Brexit.
O líder da oposição trabalhista britânica, Jeremy Corbyn, criticou a convocação desta votação ao afirmar que trata-se de um “insulto à democracia”.
– O país está imerso no caos e a responsabilidade por este caos é do governo, unicamente do governo – acrescentou.
O acordo de saída votado nesta sexta faz referência a um período de transição desde o momento do Brexit até o final de 2020, estabelece os direitos dos cidadãos britânicos e comunitários e a conta que o país deverá pagar pela sua saída – de cerca de 45 bilhões de euros (cerca de R$ 196 bilhões).
Também faz referência à controversa salvaguarda irlandesa, projetada para evitar uma fronteira entre as duas Irlandas.
Está previsto que os deputados tenham na segunda-feira um dia de “votos indicativos” na Câmara Baixa para conhecer as possíveis opções sobre o Brexit com consenso.
*Com informações da Agência EFE
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