Cuba critica encerramento dos serviços no consulado dos EUA
Ministro das Relações Exteriores se manifestou nesta segunda-feira
Pleno.News - 31/05/2021 14h33 | atualizado em 31/05/2021 15h24

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, criticou nesta segunda-feira (31) os Estados Unidos por manter seus serviços consulares em Havana suspensos. Ele disse que a decisão política do país “custa vidas humanas”.
A declaração do chanceler, via Twitter, surge em meio ao aumento do número de balsas que tentam chegar à costa da Flórida vindas de Cuba, que atravessa sua pior crise econômica em três décadas, com graves problemas de escassez de alimentos e produtos básicos.
– O fechamento do Consulado dos Estados Unidos em Havana, a transferência de seus serviços a países terceiros e a aplicação da Lei de Ajuste Cubano de 1966 ameaçam a migração segura, ordenada e regular – escreveu o ministro.
El cierre del Consulado de EEUU en La Habana, el traslado de sus servicios hacia terceros países y la vigencia de la Ley de Ajuste Cubano de 1966 atentan contra una migración segura, ordenada y regular.
La decisión política de EEUU cuesta vidas humanas.
— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) May 31, 2021
Ele acrescentou que “a decisão política dos EUA custa vidas humanas”.
Os EUA reduziram ao mínimo a atividade e o pessoal de sua Embaixada em Havana e transferiram os serviços consulares para países terceiros depois que em 2017 quase 30 diplomatas americanos sofreram alguns misteriosos “incidentes de saúde” cujas razões ainda não foram esclarecidas.
O governo cubano negou repetidamente ter qualquer envolvimento com o caso e acusa Washington, especificamente o ex-presidente Donald Trump, de politizar o incidente.
Como resultado desse fechamento, os acordos bilaterais existentes para a concessão de vistos a cidadãos cubanos e o programa de reunificação familiar estão praticamente paralisados.
De acordo com os dados mais recentes fornecidos pelas autoridades americanas, desde 1º de outubro de 2020, a Guarda Costeira interceptou 228 balsas da ilha, em comparação com 49 interceptadas em todo o ano fiscal de 2020.
Ontem, esse órgão fronteiriço suspendeu a busca por 10 imigrantes cubanos que desapareceram no último dia 26, a 16 milhas ao sul de Key West, no extremo Sul da Flórida, quando seu barco naufragou. Anteriormente, eles resgataram oito sobreviventes e duas vítimas.
A porta de entrada dos cubanos sem autorização legal para os EUA ficou aberta até 12 de janeiro de 2017, quando o então presidente Barack Obama retirou seus benefícios de imigração, cancelando por ordem executiva a chamada política “pés secos/pés molhados”, em vigor desde 1994.
No entanto, a Lei de Ajuste Cubano continua em vigor, através da qual todo cidadão cubano que tenha entrado legalmente no país pode solicitá-la depois de um ano e um dia e obter uma autorização de residência.
*Com informações da Agência EFE
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