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Cristina Kirchner nega briga com Alberto Fernández

Vice-presidente da Argentina alega que existe apenas um "debate político"

Pleno.News - 07/05/2022 16h15 | atualizado em 07/05/2022 16h16

Alberto Fernández e Cristina Kirchner Foto: EFE/ Juan Ignacio Roncoroni POOL

Nesta sexta-feira (6), a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que as divergências internas com o presidente Alberto Fernández não são uma “briga” ou uma “disputa de poder”, mas um “debate político” sobre o rumo da economia e as condições impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Cristina se expressou depois de ter questionado a legitimidade de Fernández, ao mesmo tempo em que a ala kirchnerista do governo atacava nos últimos dias a figura do ministro da Economia, Martín Guzmán, e o acordo que a Argentina assinou com o FMI no último mês de março.

Durante um discurso na província do Chaco, onde foi homenageada pela universidade local, a vice-presidente declarou que “o que está acontecendo no Executivo é um “debate de ideias”.

A tensão dentro do partido governista é tal que o próprio presidente Fernández, meia hora antes do discurso de Cristina, falou durante um ato de Tierra del Fuego, em trabalho conjunto.

– Por favor, vamos olhar para o futuro, que ninguém nos separe, vamos trabalhar juntos. É disso que precisamos – falou.

SEM DISPUTA DE PODER
Alberto Fernández foi escolhido como candidato presidencial por Cristina para integrar a chapa que venceu as eleições para governar a Argentina a partir de dezembro de 2019. No entanto, eles não se falam há dois meses.

A vice-presidente voltou a relativizar o poder do presidente e descartou ter “uma disputa de poder” com Fernández, ao mesmo tempo em que considerou “um ato inteligente” tê-lo escolhido como candidato.

– Escolhi uma pessoa que hoje é presidente que não representava nenhuma força política – comentou Cristina.

Ela ressaltou que teria uma disputa de poder se tivesse escolhido o líder de um partido, de uma central sindical ou de um movimento social.

A ex-presidente destacou ainda que escolheu Fernández apesar de o atual presidente tê-la criticado desde 2008.

– Pensam que posso decidir as coisas por raiva, por uma questão de poder – lamentou.

Cristina criticou o fato de que as manchetes da imprensa falam em “briga” ou “questões pessoais”, sempre tentando associá-la a “emoções ruins”.

Ela afirmou que foi “uma ação generosa” o fato de, após a eleição de Fernández, ele ter podido “decidir livremente” seu gabinete econômico, em um contexto em que a ala kirchnerista, além de atacar o ministro da Economia, também questiona os ministros do Desenvolvimento Produtivo, Matías Kulfas, e do Trabalho, Claudio Moroni.

INFLAÇÃO E FALTA DE DÓLARES
A ex-presidente questionou a política econômica, com “uma inflação que não para”, superior a 55% em termos interanuais, a queda do poder aquisitivo. Ela comentou que “algo ou alguns estão falhando”.

Kirchner destacou que “a escassez de dólares” é “a verdadeira causa da alta dos preços”. Ela antecipou que todos os partidos políticos argentinos “irão tropeçar” no esquema da “economia de moeda dupla” argentina, “mas agora muito mais” por conta da dívida com o FMI.

Cristina advertiu ainda para as “condições do FMI” de desvalorização permanente acima do índice de preços e o aumento da taxa de juros, que não “proporcionará crescimento ou inflação mais baixa”.

– Se o diagnóstico é que a inflação e os custos neste país se devem ao dólar, a única coisa que a desvalorização permanente faz é aumentar e manter a inflação inercial. Por causa dessas coisas nós discutimos, debatemos e nos opomos a certas coisas. Não por questões de poder, nem por questões de caixa, nem porque me olhou mal ou não me convidou para comer – falou a vice-presidente argentina.

*EFE

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