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Crise na Nicarágua pode ter causado mais de 500 mortes

Informações sobre mortos e feridos foram divulgadas nesta sexta-feira

Ana Luiza Menezes - 23/11/2018 16h44

A Nicarágua vive uma crise social e política Foto: Reprodução/ Instagram

A Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos (ANPDH) informou nesta sexta-feira que pelo menos 545 pessoas morreram e 4.533 ficaram feridas desde o início da crise sociopolítica na Nicarágua. O problema começou em abril, quando começaram os protestos contra o governo do presidente Daniel Ortega.

– O número de vítimas está incluído em um relatório preliminar das consequências dos protestos cívicos na Nicarágua como um direito humano – explicou o secretário-executivo da organização humanitária, Álvaro Leiva.

A quantidade de feridos também aumentou, de 4.353 para 4.533, segundo a organização. O governo da Nicarágua, no entanto, só reconheceu até agora 199 mortes durante a crise, que as autoridades consideram uma tentativa de golpe de Estado.

A ANPDH também reportou que 1.315 pessoas foram sequestradas por grupos paramilitares e permanecem desaparecidas ou foram presas injustamente. Além disso, o relatório da ONG indica que 472 manifestantes antigovernamentais foram libertados por gestão da ANPDH e da Igreja Católica, que atua como testemunha e mediadora de um diálogo nacional que está suspenso desde julho. Outros 20 oficiais da Polícia Nacional foram libertados por mediação da ANPDH e do Episcopado, segundo o relatório.

Por outro lado, a ONG registrou que 47 imóveis foram destruídos por grupos paramilitares durante a crise. Outras 40 casas foram alvo de ataques e saques por policiais e grupos armados não autorizados.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) alertou, em outubro, junto com o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA) Luis Almagro e outros 12 países do continente, sobre o aumento da repressão com um número maior de detidos nos protestos contra Ortega. Além disso, as organizações humanitárias locais afirmam que na Nicarágua há pelo menos 610 presos políticos.

O governo do país, porém, afirma que os detidos são apenas 273 e que os mesmos são terroristas, golpistas e delinquentes comuns. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) responsabilizou o governo de Ortega por mais de 300 mortes, além de execuções extrajudiciais, tortura, prisões arbitrárias, entre outras acusações, que o presidente Ortega rejeita.

As manifestações contra o governo começaram por causa de uma reforma da previdência social, que acabou sendo cancelada. Os manifestantes também passaram a exigir a renúncia do presidente Ortega, que está há 11 anos consecutivos no poder, e de sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo.

*Com informações da Agência EFE

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