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Líder da oposição quer que as embaixadas continuem operando normalmente

Ana Luiza Menezes - 23/01/2019 20h13 | atualizado em 23/01/2019 21h08

Nicolás Maduro Foto: EFE/Miguel Gutiérrez

Nesta quarta-feira (23), o chefe do parlamento venezuelano e autoproclamado presidente em exercício da Venezuela, Juan Guaidó, disse que manterá relações diplomáticas com os Estados Unidos. As declarações dele vão contra a decisão do chefe do Estado, Nicolás Maduro, de romper vínculos com Washington.

– O Estado da Venezuela deseja firmemente que mantenham sua presença diplomática no nosso país – afirmou um comunicado divulgado por Guaidó no Twitter.

As palavras de Juan e dirigidas também a todas as embaixadas presentes na Venezuela.

– Responsavelmente lhes digo que somos uma nação soberana e seguiremos mantendo as relações diplomáticas com todos os países do mundo – acrescentou o opositor de Maduro.

Além disso, Guaidó pediu que todas as missões diplomáticas na Venezuela não reconheçam qualquer ordem que “contradiga o poder legítimo da Venezuela”.

O líder da oposição quer que as embaixadas continuem operando normalmente e que as imunidades e privilégios dos diplomatas sejam respeitados. Segundo ele, O chavista não tem “autoridade legítima” para se pronunciar sobre o assunto.

RESISTÊNCIA DE MADURO
Sobre os protestos organizados por milhares de manifestantes nesta quarta-feira em Caracas, Maduro anunciou que daria 72 horas para todos os diplomatas americanos que vivem na Venezuela deixarem o país.

O governo dos Estados Unidos anunciou mais cedo que reconhece Guaidó como presidente interino da Venezuela, uma medida tomada para aumentar a pressão sobre Maduro. O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu que Nicolás renuncie ao cargo diante da existência de um novo líder legítimo que “reflete a vontade do povo venezuelano”.

Vários países da América Latina, entre eles o Brasil, se pronunciaram hoje para reconhecer Guaidó como presidente em exercício da Venezuela. Além de Jair Bolsonaro, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, e o argentino, Mauricio Macri, também já se pronunciaram a favor de uma nova liderança para os venezuelanos.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ressaltou que Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país hoje, possui um “mandato democrático”.

– Ao contrário de (Nicolás) Maduro, a assembleia parlamentar, incluindo Juan Guaidó, tem um mandato democrático dos cidadãos venezuelanos – escreveu ele, nas redes sociais.

O ex-primeiro-ministro da Polônia disse esperar que toda a Europa se una em apoio das forças democráticas na Venezuela.

Juan Guaidó Foto: EFE/ Cristian Hernandez

TENSÃO
O ministro da Defesa da Venezuela, Valdimir Padrino, disse que os militares do país não aceitarão “um presidente imposto à sombra de interesses obscuros”.

Uma fonte do Ministério Público venezuelano informou à Agência Efe que estão sendo investigadas seis mortes ocorridas nas últimas horas durante os protestos antigovernamentais. Centenas de milhares de pessoas saíram hoje às ruas em todo o país para protestar contra o chefe de Estado, a quem consideram um “usurpador” após ter conseguido sua reeleição em pleitos tachados de fraudulentos e não reconhecidos por vários países.

Sinos da igreja Nuestra Señora del Coromoto badalaram em apoio aos manifestantes anti-Maduro nas ruas de Caracas na data que entra para a história do país.

*Com informações da Agência EFE

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