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Com tensão e ameaças, EUA e Rússia se reúnem em Genebra

Otan alertou Moscou para abandonar sua política externa beligerante e cooperar com o Ocidente

Pleno.News - 10/01/2022 09h20 | atualizado em 10/01/2022 09h32

Vladimir Putin e Joe Biden Fotos: EFE/EPA/ALEXEI NIKOLSKY / SPUTNIK / KREMLIN POOL e EFE/EPA/GREG NASH / POOL

Os EUA disseram a Vladimir Putin para escolher entre o diálogo e o confronto, na véspera de uma semana crítica de encontros diplomáticos sobre a Ucrânia e enquanto as tropas russas continuavam concentradas ao longo das fronteiras desse país.

Diplomatas de alto escalão dos EUA e da Rússia se reuniram em Genebra, na noite deste domingo (9), e vão continuar suas conversas nesta segunda-feira (10) para discutir as demandas de Moscou, estabelecidas no mês passado em dois projetos de tratado, um com os EUA e outro com a Otan. Muito de seu conteúdo é considerado inaceitável para Washington e para a aliança, principalmente a promessa de que a Ucrânia nunca será membro da Otan.

A Rússia tem 100 mil soldados posicionados na fronteira com a Ucrânia e um número semelhante deve ser mobilizado em curto prazo, segundo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

– Há dois caminhos diante de nós. Existe um caminho de diálogo e diplomacia para tentar resolver algumas dessas diferenças e evitar um confronto. O outro caminho é o confronto e consequências em massa para a Rússia – disse ele à CNN.

No domingo (9), a Otan alertou Moscou para abandonar sua política externa beligerante e cooperar com o Ocidente. Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, disse que o pacto de defesa está preparado para “um novo conflito armado na Europa”.

DIÁLOGO
Os dois lados em Genebra serão liderados por negociadores veteranos, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, e seu homólogo russo, Sergei Ryabkov, acompanhados por altos funcionários de seus respectivos departamentos de defesa e militares. Negociadores americanos estão planejando apresentar aos seus colegas russos propostas para discutir posicionamentos de mísseis e amplitudes de exercícios militares na Europa nas negociações desta segunda-feira.

A Casa Branca busca testar Moscou para aferir se os russos falam sério a respeito de sua intenção de pôr fim à crise da Ucrânia por meio de diplomacia ou se fazem exigências impraticáveis como tática de procrastinação ou pretexto para uma nova invasão.

Os encontros multilaterais são prioridade para a Casa Branca, que tem garantido aos seus aliados e parceiros europeus, incluindo a Ucrânia, que não negociará “sobre eles sem eles”. Mas as negociações em Genebra carregam a expectativa de serem mais substantivas e serão assistidas de perto, como um indicador a respeito da possibilidade de haver ou não um acordo diplomático a ser alcançado para evitar uma nova guerra na Europa.

INVASÃO
Autoridades americanas não estão certas se o presidente russo, Vladimir Putin, acredita que este é o momento certo de invadir a Ucrânia e tentar colocar o país de volta sob a esfera russa de influência por meio da força, ou se, ao ameaçar a Ucrânia, ele está se valendo de um estratagema nebuloso para arrancar concessões de segurança dos EUA e de seus aliados.

Em Genebra, autoridades americanas verão se seus colegas russos enfatizarão exigências que o Kremlin sabe ser inexequíveis – como garantias vinculantes de que a Otan não se expandirá ao leste para incluir a Ucrânia.

– Se os russos aparecerem hoje querendo falar apenas da expansão da Otan, a negociação chegará a um impasse. Os americanos estão preparados para reagir afirmando que isso não está em discussão. Mas se os russos quiserem discutir de assuntos convencionais de controle de armas, então haverá negociação, e isso poderia indicar um prospecto de uma possível solução diplomática para a crise – disse Andrea Kendall-Taylor, especialista em Rússia do Centro para uma Nova Segurança Americana.

O secretário de Estado americano, Anthony Blinken, disse estar cético.

– Não acho que veremos avanços na próxima semana. Vamos ouvir suas preocupações. Eles ouvirão nossas preocupações. E veremos se há motivos para progresso. Mas é muito difícil fazer um progresso real quando há uma escalada em curso, quando a Rússia tem uma arma apontada para a Ucrânia – disse Blinken.

*AE

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