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País quer reunir OEA para discutir situação do país após renúncia de Evo Morales

Paulo Moura - 11/11/2019 09h58

Evo Morales renunciou ao cargo após pressão popular Foto: EFE/Martin Alipaz

O governo da Colômbia pediu a realização de uma reunião de emergência do Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) devido à situação de caos institucional na Bolívia. Além de Evo Morales, também renunciaram o vice-presidente, Álvaro García Linera, o presidente da Câmara, Victor Borda, e a presidente do Senado, Adriana Salvatierra. Assim, a Bolívia caiu num vácuo de poder, e a sucessão presidencial está num limbo.

O objetivo da reunião, de acordo com uma fonte do Planalto, é o estabelecimento imediato de condições para eleições limpas e transparentes, com monitoramento da OEA. A iniciativa teve apoio do Brasil, que chegou a avaliar a convocação da reunião na OEA. O Planalto, no entanto, preferiu apenas endossá-la, para não alimentar as teorias que estão viralizando na Bolívia, de que o presidente Jair Bolsonaro e a igreja evangélica teriam apoiado um golpe de Estado no país.

Embora Evo tenha afirmado que renunciou à Presidência diante de um “golpe cívico, político, policial”, o governo brasileiro não compra a tese do golpe e sustenta que a renúncia resultou da pressão da população e que o Exército apenas se negou a cumprir a ordem de agir contra o povo.

Bolsonaro afirmou ao jornal O Globo que “a palavra golpe é usada muito quando a esquerda perde”. No Twitter, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi na mesma direção do presidente e publicou mensagem na qual afirma que “não há nenhum golpe na Bolívia”.

Segundo Ernesto, a tentativa de fraude eleitoral maciça deslegitimou Evo Morales, que teve a atitude correta de renunciar diante do clamor popular.

– O Brasil apoiará transição democrática e constitucional. Narrativa de golpe só serve para incitar violência – afirmou o ministro.

Mais cedo, o Itamaraty divulgou uma nota sobre a análise de Integridade Eleitoral feita pela OEA, que detectou fraudes no pleito.

– O Brasil considera pertinente a convocação de novas eleições gerais em resposta às legítimas manifestações do povo e às recomendações da OEA, após a constatação das graves irregularidades – completou o órgão.

*Folhapress

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