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Com 126 mortes na Europa, UE põe mudança climática na pauta

Chuvas provocaram alagamentos severos em diversos países da Europa

Pleno.News - 16/07/2021 17h38 | atualizado em 16/07/2021 17h58

Com 126 mortes (106 na Alemanha e 20 na Bélgica), as enchentes causadas pelas chuvas torrenciais na Europa Ocidental levaram autoridades europeias a retomar o debate sobre as mudanças climáticas e seu impacto nos próximos anos.

Pouco depois de as cenas de destruição se tornarem o centro das atenções na região, o debate sobre as mudanças climáticas virou o principal tópico de debate no cenário político alemão, em meio à campanha das eleições legislativas de 26 de setembro, que decidem o sucessor de Angela Merkel como chanceler. Tanto figuras da aliança entre conservadores democratas-cristãos de Merkel quanto opositores, dos partidos verdes, que buscam espaço no pleito, manifestaram-se sobre as enchentes.

Armin Laschet, governador do estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, disse em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (16): “Precisamos tornar o estado mais à prova de clima […] Temos que tornar a Alemanha neutra para o clima ainda mais rápido”.

– Os resultados catastróficos da forte chuva nos últimos dias são em grande parte caseiros – disse Holger Sticht, que chefia o diretório regional da Friends of the Earth Germany na Renânia do Norte-Vestfália.

Ele culpou legisladores e a indústria por construir em várzeas e bosques e afirmou ser necessária “uma mudança de curso com urgência”.

Também nesta sexta, Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, afirmou que as inundações eram uma indicação clara das alterações climáticas.

– É a intensidade e a duração dos eventos que a ciência nos diz ser uma indicação clara da mudança climática… Mostra a urgência de agir – disse von der Leyen.

Na Alemanha, onde os temporais vêm sendo considerados a pior catástrofe desde o fim da 2ª Guerra, pelo menos 103 pessoas morreram nos estados da Renânia do Norte-Vestfália e da Renânia-Palatinado, na região oeste do país. Vilarejos inteiros ficaram isolados, casas foram arrastadas pelas águas ou destruídas em deslizamentos de terra, e, mesmo com o fim da tormenta, autoridades apontam que ainda há o risco do transbordamento ou rompimento de barragens nos dois estados.

Conforme a água recua, os sobreviventes relatam desespero provocado pela destruição de casas e propriedades. Segundo autoridades locais, espera-se que o número de mortes aumente nos próximos dias, conforme as equipes de resgate ganham acesso às áreas afetadas.

No distrito de Ahrweiler, no norte da Renânia-Palatinado, uma das áreas mais assoladas pela catástrofe, autoridades afirmaram que 1.300 pessoas seguiam desaparecidas na manhã desta sexta, de acordo com a agência alemã Deutsche Welle. O número, no entanto, pode estar associado à queda da rede telefônica em algumas das localidades e ao fato de mais de 200 mil casas terem ficado sem eletricidade.

BÉLGICA
O último balanço do governo belga aponta que há pelo menos 20 mortos e outros 20 desaparecidos. Cerca de 21.000 pessoas estão sem acesso à energia elétrica, e o Exército foi enviado a quatro das 10 províncias do país para participar das operações de resgate. Um dia de luto nacional foi decretado em 20 de julho.

– Essas são as inundações mais catastróficas que nosso país já vivenciou – disse o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo.

As fortes chuvas surpreenderam os habitantes; alguns ficaram ilhados pelas enchentes e transbordamentos de rios. Há relatos sobre vítimas que morreram afogadas em porões que inundaram. Luxemburgo, Holanda e Suíça também sofreram grandes danos materiais.

A destruição provocada pela chuva ocorreu poucos dias depois de a União Europeia anunciar um plano ambicioso para abandonar os combustíveis fósseis nos próximos nove anos, como parte dos planos para tornar o bloco neutro em emissões de carbono até 2050. Ativistas ambientais e os políticos rapidamente traçaram paralelos entre as enchentes e os efeitos das mudanças climáticas.

As inundações são um fenômeno complexo, com muitas causas, incluindo o desenvolvimento da terra e as condições do solo. Embora estabelecer um vínculo entre as mudanças climáticas e um evento específico de inundação exija uma análise científica extensa, é possível dizer que esse elemento, que já está causando chuvas mais fortes e muitas tempestades, é uma parte cada vez mais importante da equação. Uma atmosfera mais quente retém e libera mais água, seja na forma de chuva ou de neve pesada no inverno. (Com agências internacionais)

*AE

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