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Colombianos lotam ruas no 3º dia de paralisação nacional

Primeira reunião com o governo, na segunda-feira, terminou sem acordos

Pleno.News - 12/05/2021 14h49 | atualizado em 12/05/2021 15h15

Colombianos lotam ruas no 3º dia de paralisação nacional Foto: EFE/ Mauricio Dueñas Castañeda

Nesta quarta-feira (12), uma multidão de colombianos lotou as ruas de Bogotá, no terceiro dia de paralisação nacional convocada por sindicatos após a primeira reunião com o governo, na segunda-feira (10), ter terminado sem acordos.

As principais ruas da cidade foram tomadas por centenas de pessoas com camisas brancas, balões, instrumentos musicais e bandeiras da Colômbia. A manifestação transcorre de maneira festiva, apesar do caos e da violência ao longo dos 15 dias de protestos.

– A finalidade da paralisação que estamos fazendo desde 28 de abril é exigir que o governo nacional negocie o plano de emergência que propusemos em junho de 2020 e garantias para o protesto social – disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) da Colômbia, Francisco Maltés.

As mobilizações tomaram o país há duas semanas, inicialmente como protesto contra a reforma tributária apresentada pelo governo do presidente Iván Duque, que já desistiu do projeto. Mas a população continua insatisfeita e continua a reivindicar outros pontos, como o fim dos massacres e do abuso policial.

Os manifestantes carregam cartazes com mensagens como “Não ao projeto 010 da reforma da saúde” e “Não à reforma das pensões e do trabalho”, iniciativas promovidas por outros partidos políticos.

Após 15 dias de pressão, o governo de Duque cedeu não só na retirada da lei fiscal. Depois de não ter chegado a nenhum acordo com o Comitê Nacional de Paralisação, o mandatário disse que estava disposto a estabelecer uma mesa de diálogo permanente para chegar a um consenso.

Além disso, o presidente anunciou na terça-feira, em Cali (foco dos protestos), que os estudantes das universidades públicas e instituições técnicas e tecnológicas não terão de pagar matrícula no segundo semestre deste ano.

Segundo Duque, que defendeu que esta iniciativa se torne uma “política pública”, a medida “permitirá que 97% dos estudantes em universidades públicas, instituições técnicas e tecnológicas tenham as suas matrículas cobertas”.

CONTRA A VIOLÊNCIA POLICIAL
Reunidos no Parque Nacional de Bogotá, os manifestantes (alguns acompanhados pelos animais de estimação) protestaram contra a brutalidade policial que reprime as mobilizações e pediram ao governo uma negociação na qual, ao contrário do que aconteceu com os diálogos da greve nacional de 2019, os acordos sejam cumpridos.

– Estou em greve porque acredito que nenhuma das reformas que foram feitas, nem as que pensam em fazer, em termos de trabalho, pensão, reforma da saúde, favorecem o povo. Estamos vivendo uma série de massacres, assassinatos, simplesmente por não termos o direito de protestar, quando, na realidade, estamos pedindo uma garantia para tudo – disse Marcela, uma das manifestantes.

Ela se referiu ao relatório sobre as 42 mortes que a Defensoria do Povo recebeu de várias organizações durante as manifestações, muitas como resultado da violência em cidades como Cali, Pereira e Ibagué e outras pelas quais as forças de segurança são responsabilizadas.

Duque disse na terça-feira (11) que as autoridades iniciaram 65 processos disciplinares, incluindo oito por homicídio, 27 por abuso de autoridade, 11 por agressão física e 19 por outras condutas.

Entidades internacionais como ONU, União Europeia e governos, além de manifestantes, pediram ao governo de Duque para que adotasse medidas contra a violência policial, punisse os culpados e garantisse o direito ao protesto pacífico.

– Deve ser criada uma mesa de negociações. Os diálogos já se arrastam há muito tempo, e os acordos nunca foram cumpridos pelo governo – protestou Marcela.

*Com informações da Agência EFE

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