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China: Propaganda e segurança rígida marcam centenário do Partido Comunista

Celebrações ignoram os períodos mais polêmicos da história do PCCh

Pleno.News - 30/06/2021 20h37 | atualizado em 30/06/2021 20h38

O Partido Comunista da China (PCCh) celebra o centenário de sua fundação nesta quinta-feira (1º) com grandes festas comemorativas, medidas de segurança rígidas e uma campanha de propaganda em larga escala em todo o país.

A capital do país, Pequim, foi enfeitada com grandes instalações florais, bandeiras nacionais fora das portas das casas e cartazes vermelhos lembrando o aniversário, enquanto a icônica Praça da Paz Celestial receberá o presidente chinês e secretário-geral do PCCh, Xi Jinping, para pronunciar um discurso.

As medidas de segurança estritas e o sigilo foram a marca dos dias que antecederam o centenário: a Praça da Paz Celestial foi fechada por vários dias e o transporte público nas áreas centrais da capital foi forçado a mudar horários e rotas enquanto eram realizados os preparativos.

Nenhum programa oficial foi divulgado. Espetáculos de luzes, shows ao vivo e fogos de artifício deram pompa ao aniversário, também celebrado em Xangai, cidade que em 23 de julho de 1921 sediou o primeiro congresso do partido com o participação de 13 delegados, incluindo Mao Tsé-tung, fundador e líder da República Popular da China de 1949 até sua morte, em 1976.

Mao, que somente se lembrava que o congresso de fundação havia ocorrido em julho, tomou pessoalmente a decisão de que fosse comemorado em 1º de julho, aniversário oficial desde 1941.

Além de Xangai, outras cidades como Tianjin, Wuhan e Chongqing iluminaram o céu com figuras da foice e do martelo, enquanto na região semi-autônoma de Hong Kong as autoridades proibiram o tradicional protesto antigovernamental de 1º de julho, coincidindo com o aniversário de seu retorno, em 1997, à soberania chinesa.

A polícia de Hong Kong enviou 10 mil policiais para “prevenir incidentes adversos”.

PROPAGANDA COMO PROTAGONISTA
Com a exibição de filmes sobre a fundação do PCCh 100 anos atrás, competições de televisão e a estreia de óperas “revolucionárias”, o partido tem tentado capitalizar o aniversário para fortalecer uma narrativa favorável aos seus interesses.

Um de seus pilares é a causa do “rejuvenescimento da China”, com a qual os dirigentes do país asiático justificam seu exercício de poder e protagonizam exposições como “A Grande Jornada”, em cartaz no Museu da Capital sob a premissa de que, graças ao advento do PCCh, “a China está caminhando para um futuro brilhante”.

Com o mesmo título foi realizado na segunda-feira (28) um grande espetáculo que relembrou as principais “conquistas” da história do partido, como a vitória na guerra civil contra os nacionalistas do Kuomintang (1927-49) e contra a invasão japonesa (1937-45), assim como o processo de reforma e abertura econômica no final dos anos 1970.

O partido, clandestino em seus primórdios, conta atualmente com mais de 95 milhões de filiados e permeia a vida política, econômica e social da China a tal ponto que nos exames do ‘gaokao’ (equivalente ao vestibular) caíram neste ano “questões patrióticas” relacionadas com a história da legenda.

Também ganharam espaço este ano os simpósios organizados pelas escolas do partido para que seus membros revalidassem a fé no marxismo “com características chinesas”, assim como o chamado “turismo vermelho” para aposentados, curiosos e comunistas convictos.

No entanto, as celebrações ignoram os períodos mais polêmicos da história do PCCh, como a campanha do Grande Salto Adiante (1958-61, que causou a fome de milhões de camponeses) ou o caos e a violência durante a Revolução Cultural (1966-76).

*EFE

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