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China diz esperar que talibãs liderem “transição pacífica” no Afeganistão

Porta-voz sugeriu a participação de Pequim nos processos de reconstrução do país

Pleno.News - 16/08/2021 15h59 | atualizado em 16/08/2021 16h26

Talibã tomou o poder em Cabul Foto: EFE/EPA/STRINGER

A China afirmou, nesta segunda-feira (16), que espera “responsabilidade” dos talibãs e que eles adotem “um modelo de trabalho inclusivo com todas as partes” para “realizar uma transição pacífica” no Afeganistão.

– A China espera que os talibãs respeitem as suas promessas de estabelecer, através de negociações, um governo islâmico aberto e inclusivo. Esperamos uma transição pacífica e o fim da violência e do terrorismo – disse em entrevista coletiva a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying.

Ela, porém, evitou responder se a China já reconhece um governo dos insurgentes.

A porta-voz frisou que os talibãs anunciaram “um processo de consulta” com diferentes grupos políticos e que “a China respeita o direito dos afegãos de decidir o próprio futuro”.

– Esta guerra já dura há mais de 40 anos. Pará-la e alcançar a paz é o que os afegãos, os países da região e a comunidade internacional querem – analisou Hua.

Ela sugeriu a participação de Pequim nos processos de reconstrução do país.

De acordo com a representante da pasta, a embaixada chinesa no Afeganistão continua funcionando “normalmente” e a China pediu aos talibãs que garantam a segurança dos cidadãos chineses que decidirem permanecer no país.

Sobre uma “hipotética” onda de refugiados, Hua assegurou que “a China seguirá os protocolos das Nações Unidas”.

Semanas antes de os talibãs lançarem a sua última ofensiva, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, encontrou-se com uma delegação liderada pelo mulá Abdul Ghani Baradar, na qual os insurgentes, segundo Hua, expressaram o desejo de manter “boas relações com Pequim” e comprometeram-se a impedir qualquer força de “prejudicar a China no Afeganistão”.

A China busca evitar ser afetada pelas hostilidades no Afeganistão, com o qual compartilha uma fronteira de 60 quilômetros na região noroeste de Xinjiang, uma área com grande presença da etnia uigur e que assistiu a uma variedade de ataques, incluindo ataques terroristas, nas últimas décadas.

O país também quer proteger os projetos de investimento das Novas Rotas da Seda, com os quais a China procura maximizar a sua influência em diferentes partes do mundo, incluindo a Ásia Central.

Nos últimos dias, especialistas chineses enfatizaram que os Estados Unidos são os culpados pela situação no Afeganistão e que a China fará o seu melhor “para transformar os talibãs em uma força política moderada”, segundo o pesquisador Qian Feng, da Universidade de Tsinghua.

A imprensa local também destacou o caráter “pacificador” dos talibãs nos últimos dias, e o canal de televisão CGTN sublinhou a ausência de “confrontos em qualquer parte do país” nesta segunda-feira, um dia após a captura de Cabul.

*EFE

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