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Chile avalia perigo em visão de Macron sobre Amazônia

Presidente chileno falou contra sugestão de Macron sobre 'status internacional' da região

Ana Luiza Menezes - 28/08/2019 20h13 | atualizado em 28/08/2019 20h14

Presidente Jair Bolsonaro recebeu o presidente do Chile, Sebastián Piñera, em Brasília Foto: PR/ Marcos Corrêa

A escala em Brasília nesta quarta-feira (28) do presidente do Chile, Sebastián Piñera, foi costurada de última hora em razão da dimensão que a crise ambiental na Amazônia ganhou no cenário internacional nos últimos dias.

Segundo interlocutores que acompanham o tema, que falaram à reportagem sob condição de anonimato, Piñera considerou um precedente perigoso a proposta do presidente da França, Emmanuel Macron, de se discutir um status internacional para a Amazônia.

O chileno achou importante reforçar a mensagem de que são os países sul-americanos os que têm que buscar soluções para os problemas da região e, nesse sentido, propôs um encontro ao presidente Jair Bolsonaro.

Piñera avaliou que permitir um debate sobre a internacionalização da Amazônia poderia abrir as portas para questionamentos futuros em relação à autonomia de outras nações sul-americanas sobre seus territórios. O precedente, avaliou o mandatário, poderia afetar no futuro inclusive países que não possuem vegetação amazônica -como é o caso do próprio Chile.

Quando fez a declaração sobre o status internacional da Amazônia, por exemplo, Macron fez uma comparação com outros ecossistemas.

– A mesma coisa vale para aqueles [países] que têm em seus territórios glaciares ou regiões com impacto sobre o mundo inteiro – disse o francês.

Os primeiros contatos entre autoridades brasileiras e chilenas para costurar o encontro dos dois mandatários ocorreram no fim de semana
Piñera estava em Biarritz, na França, como convidado da cúpula do G7. Foi justamente nesse fórum que Macron levantou o debate sobre um possível estatuto internacional da floresta amazônica.

Nas conversas que manteve com os líderes das sete economias mais industrializadas do mundo, Piñera reconheceu a necessidade de preservação da Amazônia, mas atuou com uma espécie de porta-voz de países sul-americanos: ele ressaltou nas reuniões do G7 que a soberania das nações da região precisa ser respeitada e que os países locais devem ser protagonistas na busca por soluções ao problema das queimadas.

A mensagem esteve presente na sua declaração à imprensa após a reunião com Bolsonaro na manhã desta quarta, no Palácio da Alvorada.

Por outro lado, Piñera defendeu a ajuda financeira internacional (inclusive a dos países do G7) para o combate aos incêndios na região amazônica e que a preservação da floresta é um tema importante para toda a comunidade internacional.

– A Amazônia do Brasil está sob a soberania brasileira e isso tem de reconhecer e respeitar sempre. Mas é também certo que muitos países querem colaborar com um país amigo e irmão como o Brasil – disse o chileno.

Ao final da reunião, Bolsonaro anunciou que pretende comparecer a um encontro de presidentes da região amazônica em Leticia, na Colômbia, no próximo dia 6 de setembro. A reunião é uma iniciativa capitaneada pelos governos do Peru e da Colômbia.

*Folhapress

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