Chavistas impedem Guaidó de participar de votação
Deputados, que apoiam Maduro, elegeram novo líder do Parlamento
Ana Luiza Menezes - 05/01/2020 18h42 | atualizado em 05/01/2020 19h02
Neste domingo (5), a Venezuela foi marcada por mais cenas de conflito, após Juan Guaidó ter sido impedido de participar de uma votação, que escolheu o novo líder do Parlamento do país. Deputados chavistas elegeram Luis Parra como presidente da Assembleia Nacional.
Além de Guaidó, outros opositores foram impedidos, pela polícia, de entrar no Palácio Legislativo. Eles classificaram o episódio como um “golpe ao Parlamento”. Antes da eleição de Parra, Guaidó liderava o órgão.
Antes da sessão, a Polícia Nacional Bolivariana e a Guarda Nacional Bolivariana cercaram o Palácio Legislativo, impondo uma série de barreiras para impedir a entrada dos opositores.
Segundo a agência EFE, enquanto Guaidó e seus aliados eram barrados, deputados governistas e um pequeno grupo de opositores, tachados de corruptos pelos principais críticos do governo de Nicolás Maduro, puderam entrar no local sem problemas.
A eleição de Parra foi exibida ao vivo na emissora estatal VTV, que nunca transmitiu as sessões da Assembleia Nacional. Perto do fim da sessão, alguns deputados da oposição conseguiram chegar ao plenário e, aos gritos, tentaram impedir a votação.
POSICIONAMENTO DO BRASIL
O chanceler brasileiro Ernesto Araújo usou uma rede social para comentar o assunto. Ele disse que o Brasil não vai reconhecer a eleição realizada neste domingo.
– Em Caracas, Maduro tenta impedir, à força, votação legítima na Assembleia Nacional e reeleição de Juan Guaidó para a presidência da Assembleia Nacional e do governo interino, crucial para a redemocratização do país. Brasil não reconhecerá qualquer resultado dessa violência e afronta à democracia – declarou.
Em Caracas hoje, Maduro tenta impedir, à força, votação legítima na Assembleia Nacional e reeleição de Juan Guaidó para a presidência da AN e do gov interino, crucial p/ a redemocratização do país. Brasil não reconhecerá qualquer resultado dessa violência e afronta à democracia. pic.twitter.com/M0g6CKztgx
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) January 5, 2020
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