Capital da Venezuela tem dia de tiros e explosões, mas sem registro oficial
Nenhuma autoridade divulgou detalhes sobre os incidentes
Pleno.News - 19/03/2021 21h45

Tiros e explosões em quantidades indeterminadas foram escutados ao longo de várias horas nesta sexta-feira (19), no oeste de Caracas. Mas, apesar do grande volume de informações e imagens que circulam nas redes sociais sobre o assunto, nenhuma autoridade divulgou detalhes sobre os incidentes.
Desde o meio-dia (13h em Brasília), usuários de redes sociais começaram a publicar fotos mostrando pessoas com armas, em alguns casos disparando em vias públicas, e vídeos nos quais é possível ouvir disparos.
Esta situação ocorreu no chamado Cota 905, um bairro de Caracas que a chamada revolução bolivariana, no poder desde 1999, incluiu em sua lista das chamadas “zonas de paz” do país, onde há pouca ação policial.
Gangs from Cota 905 on the highways stealing a civilians motorbike#Venezuela #Caracas pic.twitter.com/aWwplhJF2m
— CNW (@ConflictsW) March 19, 2021
No ano passado, pelo menos quatro tiroteios que duraram várias horas ocorreram nesta área, com números de feridos ou mortos nunca confirmados pelas autoridades.
Desta vez, publicações em redes sociais mostram um túnel cheio de veículos em meio ao fogo cruzado, mas não está claro se houve um confronto entre gangues ou entre criminosos e policiais.
Publicações no Twitter e no Instagram mostram a presença de um tanque da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, força policial militarizada) e de alguns agentes do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalistas (Cicpc). Outras imagens que circulam na web indicam a existência de possíveis feridos por tiros.
Um dos vídeos mais divulgados no Twitter mostra um jovem que foi violentamente abordado por dois homens armados que tiraram a moto que dirigia, da qual saiu com as mãos para cima e dizendo: “Eu sou médico, juro”.
Os ministros de Interior e Defesa, Carmen Meléndez e Vladimir Padrino, respectivamente, publicaram várias mensagens em redes sociais nas últimas horas, mas nenhuma delas se refere a estes acontecimentos na capital venezuelana.
A ONG venezuelana Provea informou neste mês que pelo menos 2.853 pessoas morreram pelas mãos das forças armadas do Estado venezuelano durante o ano de 2020.
*Com informações da Agência EFE
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