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Brasileiro que tentou matar Kirchner diz que agiu sozinho

Ele nega a possibilidade de que sua noiva tenha participado do crime

Pleno.News - 14/03/2023 15h59 | atualizado em 14/03/2023 16h49

Fernando Andrés Sabag Montiel Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

O brasileiro Fernando Sabag Montiel acusado de tentar matar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no dia 1º de setembro do ano passado, afirmou que agiu sozinho e não se arrepende. Essas foram as primeiras declarações à imprensa desde que Montiel foi detido.

– Eu agi sozinho, estão inventando uma história, mas agi sozinho – afirmou o acusado ao programa Minuto Uno, da emissora argentina C5N.

O brasileiro afasta a possibilidade de que sua noiva, Brenda Uliarte, tenha participado da tentativa de homicídio. Ela também está presa.

– Eu fiz isso por causa própria, entendem? Eu tenho as provas aqui. Brenda não teve nada a ver com isso – disse o brasileiro, de acordo com vídeos da entrevista divulgados pela emissora.

A tentativa de homicídio ocorreu em frente à casa de Kirchner. Montiel ficou no meio de uma multidão de partidários da vice-presidente, que a aguardavam para demonstrar apoio, dias depois de a Procuradoria pedir sua condenação em um caso de corrupção.

Montiel se aproximou da vice-presidente, que cumprimentava admiradores, apontou uma arma contra o rosto dela e apertou o gatilho, mas o projétil não saiu. Toda a cena foi registrada pelas câmeras de cinegrafistas que acompanhavam Cristina.

A vice-presidente da Argentina publicou um vídeo nas redes sociais implicando o deputado oposicionista Gerardo Milman e duas assessoras ao atentado; o adversário político fala em “operação suja” do kirchnerismo.

– A arma estava carregada, apertei o gatilho e o tiro não saiu. Haviam cinco balas na arma – disse o brasileiro.

– Imagina o nervosismo de estar em um lugar, de puxar a trava, puxei para trás e quando apertei o gatilho o tiro não saiu, porque no meio de tanto tumulto, tanta gente, eu estava nervoso – acrescentou.

Perguntado se tinha algum arrependimento, Sabag Montiel respondeu categoricamente que “não”.

OS ACUSADOS
Agustina Díaz, amiga de Uliarte, e Nicolás Carrizo, chegaram a ser presos por terem sido identificadas comunicações sobre o crime com os acusados. Agustina foi solta e Carrizo, líder do grupo chamado “Banda de los copitos” – vendedores ambulantes de cana-de-açúcar – continua preso.

A Justiça recuperou mensagens de texto trocadas por Brenda e Agustina, em que elas discutem o atentado contra a política argentina. Por meses, Brenda contou a Agustina sobre seus planos de matar Cristina, chegando a dizer que havia contratado “um cara” para fazer o serviço, segundo trechos das mensagens reproduzidos pelo jornal La Nación.

– Mandei matar a vice Cristina [Kirchner]. Não aconteceu porque ela se meteu para dentro [de casa]. (…) Enviei um cara para matar Cristi – escreveu Brenda em uma das mensagens enviadas para Agustina em 27 de agosto, data em que manifestantes criaram um tumulto em frente à residência da vice-presidente.

A última troca de mensagens resgatada pela Justiça e publicada pelo La Nación é do dia seguinte ao atentado, 2 de setembro. Desta vez, quem inicia o contato é Agustina Díaz, que parece saber que a tentativa de homicídio teria acontecido no dia anterior.

– Che, mas o que aconteceu que o tiro falhou? Não praticou antes ou falhou na adrenalina do momento? Onde você está? Não seria conveniente que voltasse à sua casa? – escreveu Augustina, ao passo que Brenda respondeu estar na casa de um amigo.

A Justiça considerou que o ataque foi planejado pelo brasileiro, mas a causa do crime ainda está sob investigação. Cristina Kirchner pede que seja investigado o autor intelectual do crime, porque acredita que o brasileiro tenha recebido ordens e tenha sido apenas o autor do crime.

O promotor do caso, Carlos Rívolo, solicitou novas perícias para o telefone celular do acusado já que, supostamente, seu conteúdo foi apagado equivocadamente nas primeiras verificações policiais.

Durante a entrevista, o brasileiro afirmou que, depois do ataque, “foram plantadas” balas na casa dele, assim como drogas.

– Estão dando uma imagem inflada do que sou, porque não sou tudo o que dizem – afirmou.

*AE

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