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“Brasil manterá pressão para que Maduro saia do governo”

Declaração foi dada pelo chanceler Ernesto Araújo

Jade Nunes - 10/05/2019 07h40 | atualizado em 10/05/2019 12h10

Chanceler Ernesto Araújo Foto: EFE/Marcelo Nagy

O Brasil manterá a pressão para que os militares venezuelanos facilitem a queda de Nicolás Maduro na Venezuela e passem a apoiar o líder da oposição, Juan Guaidó, afirmou nesta quinta-feira (9) o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em entrevista à Agência Efe na Hungria.

– Tudo é válido (quando se trata de pressão) e tudo converge no sentido que a comunidade internacional não vai voltar atrás. Aconteça o que acontecer, não vamos dizer “bom, não aconteceu” -declarou.

– Continuaremos fazendo muita pressão diplomática, tentando, por exemplo, colocar representantes de Guaidó, e não de Maduro, em organizações internacionais – complementou Araújo.

O chanceler reconheceu que há diferentes posturas entre os países contrários a Maduro sobre o que fazer para conseguir tirar o chavismo do poder. No entanto, ele destacou o fato de Guaidó ser reconhecido como presidente interino por mais de 50 governos e de ter representantes no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e na Organização dos Estados Americanos (OEA).

Parte da estratégia do Brasil, explicou o ministro, é adotar uma “pressão permanente” para que os militares venezuelanos sintam que “podem fazer uma opção pelo governo que consideramos legítimo”.

Araújo destacou que conhece pessoalmente Guaidó e disse admirar o trabalho realizado pelo líder opositor na Venezuela, ressaltando a capacidade do deputado em mobilizar o povo do país em condições tão adversas.

– Nossa ideia geral é de que Guaidó é o presidente encarregado legítimo. Tem que ser parte de uma solução (para a crise do país) – defendeu.

O chanceler está na Hungria como parte de uma excursão pela Europa. Ontem, na Itália, Araújo foi recebido pelo ministro do Interior, o ultranacionalista Matteo Salvini. A viagem terminará na Polônia.

Perguntado sobre a escolha dos três países, o chanceler afirmou que a visita se deve à “afinidade” que eles têm com o governo Jair Bolsonaro.

– São três países com os quais temos agendas políticas e econômicas muito importantes, governos com os quais compartilhamos uma afinidade em nível de concepção de mundo – disse Araújo, em referência à orientação nacionalista e direitista mútua.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, foi o único líder de um país que faz parte da União Europeia (UE) que participou da posse de Bolsonaro em janeiro deste ano.

Segundo o chanceler, que se reuniu nesta quinta com o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó, essa visão comum seria a de uma “democracia autêntica”, na qual o povo se mobiliza para defender seus valores de uma maneira mais direta, não através de um filtro de opinião controlado pela imprensa e baseado – segundo ele e em alusão ao pensamento de esquerda – a uma “visão predominante nos círculos intelectuais”.

Indiretamente, o ministro admitiu que essa afinidade não se estende a muitos outros países, mas ressaltou que isso não impede que o Brasil não tenha boas relações com outros governos.

Araújo citou como exemplo a “excelente interação” que teve com o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Mass, que visitou Brasília na semana passada.

– Compartilhar uma orientação abre uma possibilidade de construir mais, nos oferece um campo muito promissor para trabalhar – disse.

Para o chanceler, o Ocidente está observando a “recuperação de uma soberania popular e de uma ideia de nação, de filiação a uma nação e de construir uma sociedade economicamente efetiva, mas com bases nas identidades fortes”.

O ministro também revelou que está planejando com Szijjárt uma visita de Bolsonaro à Hungria, em data que ainda será definida.

*Com informações da Agência EFE

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