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Bolsonaro defende revisão de apuração na eleição da Bolívia

Presidente declarou que apoia nova contagem após números divergentes

Paulo Moura - 23/10/2019 08h41 | atualizado em 23/10/2019 08h44

Presidente Jair Bolsonaro defendeu revisão da apuração na Bolívia Foto: PR/José Dias

Em seu último dia de agenda de compromissos no Japão, o presidente Jair Bolsonaro defendeu uma recontagem dos votos na eleição presidencial da Bolívia. O pleito de domingo (21) tem gerado protestos no país e levou o próprio governo boliviano a pedir uma auditoria externa, em função de uma vitória contestada do atual presidente Evo Morales no primeiro turno.

Uma missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) foi convocada a auditar os resultados após manifestar “preocupação e surpresa” com a mudança na forma de contagem dos votos. A confusão ocorreu porque, após o fechamento das urnas, o Tribunal Superior Eleitoral boliviano usou dois métodos de apuração: somando os votos registrados em atas e contando os votos um a um. A apuração foi suspensa e, quando retomada horas mais tarde, deu a vitória a Evo Morales.

– Das informações que eu tenho até o momento, seria bom uma revisão da apuração, uma recontagem de votos. A OEA emitiu uma nota colocando em cheque a lisura das eleições – declarou.

Na manhã desta quarta-feira (22), noite de terça-feira (21) no Brasil, o presidente conversou sobre o quadro político da América do Sul com um grupo de jornalistas brasileiros.

– Realmente ficou muito suspeita, né. Como estava caminhando, quase na reta final, a suspensão da apuração, que depois da retomada deu vitória à situação. Isso aí acho que todo mundo fica preocupado com uma eleição sendo apurada dessa maneira – ressaltou.

Diversos países, incluindo Estados Unidos, Argentina e Colômbia, assim como a União Europeia, também manifestaram preocupação com a situação. Depois de uma segunda-feira de protestos violentos na Bolívia, a terça-feira registrou movimentos menos intensos durante o dia, mas violentas manifestações voltaram a eclodir à noite, em La Paz, quando cerca de 95% dos votos estavam apurados.

A oposição, sindicatos, organizações empresariais e cívicas anunciaram protestos para esta quarta-feira (23). Às 22h40 de domingo (20), com 89% das urnas apuradas por meio da contabilidade de atas, Evo tinha 45,7% contra 37,8% de Mesa, o resultado levaria a um segundo turno, cenário previsto por pesquisas de intenção de votos.

Durante a noite, no entanto, a apuração foi suspensa e nenhum voto foi computado. Na segunda-feira pela manhã, o tribunal afirmou que a apuração um a um mostrava resultados diferentes. Diante das divergências, a apuração feita pelo método voto por voto passou a ser considerada a que traria o resultado oficial.

Na noite da segunda, porém, a apuração via atas foi retomada e, com 95,22% das urnas apuradas, Evo foi anunciado vencedor no 1º turno com 46,86% dos votos, contra 36,73% de Mesa.

*Folhapress

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