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Rafael Ramos - 13/11/2019 17h41

“A Bíblia volta ao palácio” foi a frase proferida pela senadora da Bolívia Jeanine Áñez, que se autoproclamou presidente interina do país em meio à onda de manifestações. A posse de Áñez acontece dois dias após Evo Morales renunciar ao cargo ocupado por quatro mandatos, desde 2006.

A série de protestos, que teve relatos em cidades como Sucre, Oruro, Cochabamba e a capital La Paz, tiveram início durante as eleições gerais. Durante a contagem de votos, eleitores de Carlos Mesa, líder da oposição ao regime de Morales, apontaram uma suposta fraude na apuração. A denúncia foi reforçada através de um relatório de 190 páginas, entregue em novembro, com registros de atas, análises estatísticas, matemáticas e informáticas de onde se descobre como foi feita a fraude.

No dia 21 de outubro, centenas de simpatizantes de Mesa entraram em confronto com a polícia em frente ao hotel em La Paz onde ocorreu a apuração. A Polícia Nacional Boliviana precisou usar bombas de gás lacrimogêneo para conter a multidão que ameaçava invadir o local. Na cidade de Ribeiralta, o povo se reuniu e derrubou a estátua de Hugo Chávez. Já em Santa Cruz de La Sierra, um grupo ateou fogo ao prédio do Tribunal Eleitoral do departamento.

Neste domingo (10), acatando recomendações do relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA), Evo Morales anunciou que haveria convocação de novas eleições na Bolívia juntamente com uma renovação dos membros do Tribunal Superior Eleitoral. Horas mais tarde, o então presidente boliviano renunciou sua posição através de um anúncio na TV. O vice-presidente Álvaro García Linera e a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, também renunciaram.

Horas antes da renúncia, o advogado e presidente do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, conseguiu invadir o palácio do governo com uma Bíblia e a bandeira da Bolívia. Considerado o “Bolsonaro boliviano”, Camacho disse que os atos eram uma justiça divina pelo que Morales fez contra o povo.

– Com a Bíblia, o rosário e a carta de renúncia nas mãos, pedimos a Deus uma Bolívia nova e reestruturada na democracia – escreveu o advogado no Twitter.

Na noite de terça (12), Jeanine Áñez assumiu a Presidência. Em seu discurso, ela disse que a “Bolívia precisa ser livre, pacificada e democrática”. A interina reforçou que sua prioridade será convocar eleições o mais cedo possível. Horas antes, no mesmo dia, Evo Morales chegou ao México onde recebeu asilo político.

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