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Bolívia expulsa diplomatas do México e da Espanha

Ordem veio da presidente interina, Jeanine Áñez, nesta segunda-feira

Ana Luiza Menezes - 30/12/2019 15h46

Presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez Foto: EFE/Rodrigo Sura

A presidente interina da Bolívia Jeanine Áñez ordenou, nesta segunda-feira (30), que a embaixadora do México, María Teresa Mercado, e outros funcionários do governo espanhol deixassem o país em 72 horas.

– O governo constitucional que presido decidiu declarar ‘persona non grata’ a embaixadora do México na Bolívia, María Teresa Mercado, a encarregada de negócios da Espanha na Bolívia, Cristina Borreguero, o cônsul Álvaro Fernández, e um grupo de supostos diplomatas encapuzados e armados – disse Áñez, em uma declaração à imprensa.

A presidente acusou os diplomatas de “ferir gravemente a soberania e a dignidade do povo e do governo constitucional da Bolívia”. A chanceler do governo boliviano Karen Longaric afirmou que a expulsão dos diplomatas não implica em uma ruptura de relações diplomáticas entre os países, segundo o jornal boliviano El Deber. ​

O ministro das Relações Exteriores do México afirmou que se trata de uma decisão de caráter político e instruiu sua embaixadora à retornar ao México para garantir a sua segurança.

Segundo o governo boliviano, a encarregada de negócios e o cônsul espanhóis chegaram à embaixada mexicana em La Paz na última sexta-feira, juntamente com agentes de segurança “encapuzados e supostamente armados”, com a intenção de retirar do país o ex-ministro Juan Ramón Quintana, um dos principais auxiliares do ex-presidente Evo Morales.

A Bolívia já havia enviado uma nota de “protesto enérgico” à Espanha, no sábado. Madri, porém, negou que a visita fosse “facilitar a partida” de um membro do governo de Morales.

A Espanha também informou que enviará uma missão à Bolívia para investigar a decisão de La Paz de não fornecer salvos-condutos para as pessoas asiladas na embaixada mexicana. Áñez afirma que existem pedidos de apreensão e investigação relacionados a elas.

Depois da renúncia de Evo Morales à Presidência boliviana em 10 de novembro, a embaixada mexicana deu asilo a um grupo de funcionários e pessoas próximas ao ex-presidente, tendo sido muitas delas acusadas pelo governo interino de cometer crimes como sedição e revolta armada.

O governo mexicano havia se recusado a entregar o grupo antes que ele recebesse um salvo-conduto para sair do país.

A embaixada, então, afirmou que estava sofrendo “intimidação e amedrontamento” por uma “excessiva” presença de serviços de inteligência e de segurança bolivianos no local. O México chegou a anunciar que iria recorrer à Corte Internacional de Justiça (CIJ), que tem sede em Haia, na Holanda.

O governo boliviano respondeu dizendo que existiam ameaças de ataques contra a embaixada. As relações entre Bolívia e México deterioraram-se desde que o governo do mexicano Andrés Manuel López Obrador decidiu conceder asilo a Evo Morales e seus familiares.

Evo renunciou à Presidência da Bolívia após pressão das Forças Armadas e protestos intensos nas grandes cidades do país. Embates aconteceram depois das controversas eleições presidenciais de 20 de outubro no país, que deram vitória (e o quarto mandato) a Evo Morales.

O pleito, marcado por idas e vindas e acusações de fraude, foi contestado pela oposição e, depois de uma auditoria, também pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que pediu sua anulação.

No início de dezembro, quase 45 dias depois da eleição, a OEA concluiu que houve “ações deliberadas para manipular os resultados das eleições na Bolívia”, incluindo alteração e queima de atas de votação e falsificação de assinaturas.

O ex-presidente boliviano está agora exilado na Argentina, país que negou pedidos de extraditar tanto Evo quanto seus filhos, que hoje vivem em Buenos Aires.

*Folhapress

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