Austrália rejeita acordo e diz que venderá carvão por décadas
País se recusou a assinar compromisso firmado por outras nações durante a COP26
Pleno.News - 08/11/2021 21h43 | atualizado em 09/11/2021 13h08
Nesta segunda-feira (8), a Austrália disse que venderá carvão por “décadas no futuro”. A declaração foi dada após o país rejeitar um pacto destinado a eliminar, de forma gradual, o combustível fóssil poluente para combater a mudança climática. As informações são da AFP.
Em Glasgow, Reino Unido, mais de 40 países se comprometeram a eliminar o uso de carvão nas próximas décadas. O compromisso foi firmado durante a cúpula do clima COP26, que busca reduzir o aquecimento global para entre +1,5°C e +2°C.
A Austrália, que é um dos maiores produtores mundiais de carvão e gás natural, não assinou o compromisso, assim como outros grandes países consumidores de carvão, incluindo China e Estados Unidos.
– Dissemos muito claramente que não fecharemos as minas de carvão e não fecharemos as centrais elétricas movidas a carvão – disse Keith Pitt, ministro australiano de Recursos, à rede nacional ABC.
Ele afirmou que o carvão de seu país está entre os de maior qualidade do mundo.
– É por isso que continuaremos tendo mercados nas próximas décadas e, se eles comprarem […], nós venderemos.
– Se não ganharmos esse mercado, outros vão fazer isso – acrescentou.
Segundo Pitt, a demanda por carvão vai crescer até 2030. Ele também destacou que as exportações de carvão representaram 50 bilhões de dólares australianos (31 bilhões de euros, em torno de 36,7 bilhões de dólares) de renda em um ano, e a indústria conta com 50 mil empregos diretos.
Na Austrália, o carvão é o segundo produto com maior exportação do país, atrás apenas do minério de ferro.
De acordo com Pitt, cerca de 300 mil empregos no país dependem do carvão.
No entanto, alguns grupos de mineração da Austrália, como a BHP, disseram que irão parar de extrair o combustível poluente.
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