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Jade Nunes - 27/03/2018 08h48 | atualizado em 27/03/2018 10h34

A ministra de Relações Exteriores Julie Bishop Foto: EFE/LUKAS COCH

A Austrália anunciou nesta terça-feira (27) que expulsará dois diplomatas russos, em uma resposta coordenada com o Reino Unido e outros aliados, pela tentativa de assassinato com um agente químico do ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha.

A decisão, adotada após receber informação britânica, afeta dois funcionários “não declarados de inteligência”, indicaram em comunicado conjunto o primeiro-ministro Malcolm Turnbull e a ministra de Relações Exteriores, Julie Bishop.

Ambos denunciaram a “natureza escandalosa” do ataque, “o primeiro uso ofensivo de armas químicas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, e que isso foi feito em uma região povoada que colocou em perigo “inúmeros membros da comunidade”.

“Um ataque deste tipo não pode ser tolerado por nenhuma nação soberana. Apoiamos energicamente os pedidos para que a Rússia revele completamente seu programa de armas químicas de acordo com a lei internacional”, afirmou em comunicado.

Com esta medida, a Austrália se soma aos anúncios da véspera feitos por Estados Unidos e diversos aliados ocidentais do Reino Unido sobre a expulsão de centenas de diplomatas e funcionários russos em represália por tal ataque que foi atribuído a Moscou.

Em entrevista coletiva posterior, Turnbull condenou o ataque e assegurou que a medida adotada visa enviar “uma mensagem clara e inequívoca” para a Rússia.

– Não fazer nada só encorajaria novas tentativas de minar a ordem internacional baseada na lei sobre o qual depende nossa segurança e prosperidade. Foi um ataque contra todos nós, contra todos os países que respeitam o estado de direito e este é o motivo pela qual tomamos essa decisão hoje – disse Turnbull.

A Austrália impôs sanções econômicas à Rússia em 2014, depois da anexação russa da Crimeia, e as reforçou após a queda do avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia atribuído a rebeldes pró-Rússia.

Turnbull citou estes casos e as tentativas de manipulação das eleições nos países ocidentais como um sinal do “padrão de ousadia e agressão” do governo russo.

– Que a Rússia seja membro do Conselho de Segurança da ONU, o órgão encarregado de garantir a segurança global, torna essa violação da lei internacional especialmente perigosa e chocante – acrescentou o primeiro-ministro.

Na mesma ocasião, Bishop disse ter comunicado ao embaixador russo a decisão de expulsar os dois funcionários e afirmou esperar que Moscou responda expulsando diplomatas australianos.

A Embaixada russa na Austrália respondeu assegurando que o caso Skripal foi “grosseiramente orquestrado por Londres” e advertiu que a campanha contra Moscou “pode erodir a arquitetura das relações em que repousam a paz e a segurança global”.

– É categoricamente inaceitável expôr a Rússia como uma ameaça à paz internacional e atribuir ‘ousadia e irresponsabilidade’ para a nossa política externa sem fundamentos – disse a Embaixada russa, em um comunicado no seu site.

*Com informações da Agência EFE

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