Polícia alemã usa da força para conter protesto contra restrições
"Acho que a Covid existe, mas o direito à liberdade e continuar com seu trabalho também é importante", opinou um manifestante
Pleno.News - 18/11/2020 19h21 | atualizado em 18/11/2020 19h26














A polícia alemã fez uso da força para dispersar um protesto de grupos contrários às restrições impostas pelas autoridades para combater a pandemia do novo coronavírus. Os manifestantes tentavam acessar uma área restrita ao lado do Parlamento.
A violência começou ao meio-dia (local, 8h de Brasília) e continuou por cerca de três horas, enquanto uma sessão plenária foi realizada no Bundestag (a câmara baixa) para aprovar a reforma da Lei de Proteção contra Infecções. A medida visa fornecer uma base legal para as restrições atuais.
Tanto o Bundestag quanto o Bundesrat (câmara alta) aprovaram a reforma, que, em uma base legal mais precisa, dão respaldo ao governo liderado por Angela Merkel na imposição de medidas para combater a crise sanitária.
A concentração em frente ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, foi pacífica por algumas horas. Porém, depois das 11h (local, 7h de Brasília) a situação se complicou com a chegada de novos manifestantes, que eram milhares. Esse último grupo confrontou a polícia lançando garrafas e rojões, e algumas vezes tentou entrar na área restrita, onde o protesto não era permitido.
A polícia, com cerca de 2 mil agentes, encerrou a manifestação e exigiu que os participantes se dispersassem, sem nenhum sucesso. As forças de segurança, que confirmaram mais de 100 detenções, acabaram utilizando canhões de água e gás lacrimogêneo.
O QUE DIZEM OS MANIFESTANTES?
– Estou aqui porque eles estão tirando nossa liberdade, estão fazendo uma lei que lhes permite ir até nossa casa, levar nossos filhos e dar-lhes medicamentos – declarou à Agência EFE um jovem manifestante, que não quis se identificar.
Outro integrante do grupo, que também preferiu não informar o nome, também apelou para a liberdade individual.
– Acho que a Covid existe, conheço pessoas que passaram por ela, mas o direito à liberdade e continuar com seu trabalho também é super importante – opinou.
Klaus Molo, de cerca de 70 anos, disse que foi ao protesto porque “há uma nova lei do Parlamento que dá todo o poder ao governo”.
– Sempre há vírus ao nosso redor, temos que continuar a viver uma vida normal – acrescentou ele.
GOVERNO PEDE QUE MEDIDAS SEJAM RESPEITADAS
Com relação aos manifestantes que não cumpriram as regras de higiene e distanciamento, a porta-voz adjunta do governo, Ulrike Demmer, destacou que essas mobilizações não podem ser alienadas das normas.
O Ministro da Saúde, Jens Spahn, argumentou que um desafio como a pandemia sempre acarreta danos e que é tarefa da política pesá-los e estabelecer prioridades. “A proteção à saúde tem um peso relativamente maior”, frisou.
*Com informações da Agência EFE
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