Peru se opõe a estrada que liga país ao Brasil pela Amazônia
País fala sobre risco de aumento do tráfico de drogas e do desmatamento ilegal
Pleno.News - 22/06/2021 19h23 | atualizado em 22/06/2021 19h26
O governo peruano se opõe ao polêmico projeto promovido pelo Congresso para construir uma estrada entre Peru e Brasil na Amazônia, através de parques nacionais de ambos os países e perto de uma reserva indígena.
O ministro do Meio Ambiente, Gabriel Quijandría, advertiu nesta terça-feira (22), em conferência com a Associação de Imprensa Estrangeira no Peru (APEP), que esta infraestrutura pode incentivar o desmatamento ilegal e o tráfico de drogas que já afeta o local.
O projeto de estrada entre a cidade peruana de Pucallpa, capital da região de Ucayali, e o município de Cruzeiro do Sul, o segundo maior do Acre, foi declarado de interesse nacional pelo Congresso do Peru em maio.
A iniciativa foi aprovada pelo Parlamento somente com a opinião favorável da comissão parlamentar de Transportes, e sem ter sido revisada pela comissão de Povos, Meio Ambiente e Ecologia.
NECESSIDADE QUESTIONADA
Ao longo de 250 quilômetros entre rios e florestas amazônicas, esta estrada atravessaria o Parque Nacional da Sierra del Divisor, que atravessa a fronteira entre Peru e Brasil, e passaria também muito perto da Reserva Indígena Isconahua e da proposta de Área de Conservação Regional do Alto Tamaya.
– O Ministério do Meio Ambiente sempre insistiu na necessidade de compreender que a infraestrutura tem que responder a uma estratégia de desenvolvimento. Um projeto de infraestrutura não é uma estratégia de desenvolvimento. É um meio para alcançar algo. Se não estiver claro sobre que tipo de desenvolvimento quero alcançar em um território e não estou claro sobre as características desse território, estou provavelmente propondo infraestruturas que não preciso – disse Quijandría.
O chefe da pasta argumentou que, como resultado das condições da pandemia de Covid-19, ficou provado que a necessidade de infraestruturas rodoviárias “não é tão crítica”, enquanto outros tipos, como acesso à internet em áreas remotas, distantes e rurais, têm sido urgentes.
*EFE
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