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Peru: Investigada por genocídio, presidente será interrogada

Promotoria ouvirá Dina Boluarte esta semana

Thamirys Andrade - 06/03/2023 10h36 | atualizado em 06/03/2023 15h36

Dina Boluarte, presidente do Peru Foto: EFE/ Presidencia Del Perú

A presidente do Peru, Dina Boluarte, será interrogada pessoalmente pela Promotoria nesta terça-feira (7) como parte da investigação para determinar sua responsabilidade nas mortes nos protestos contra seu governo, informou a defesa da presidente neste domingo (5).

Milhares de pessoas tomaram as ruas de Lima no começo do ano para pedir a renúncia de Dina Boluarte. No cargo desde dezembro, quando substituiu Pedro Castillo, ela é a sexta presidente em seis anos a liderar o país.

Nos últimos anos, a maioria dos ex-presidentes do país desde o ano 2000 foi presa ou investigada por corrupção, principalmente na esteira dos impactos da Operação Lava Jato no país. É esse o caso de Alejandro Toledo, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski.

Outro presidente, Alan Garcia, também investigado, cometeu suicídio com a polícia à sua porta, numa operação em Lima, em 2019. E Pedro Castillo, eleito em 2021, acabou na cadeia após tentar um golpe de Estado frustrado em dezembro passado.

Dina Boluarte tem “toda a vontade de querer cooperar com a apuração da verdade e da investigação”, disse sua advogada Kelly Montenegro ao jornal El Comercio.

– Se a Promotoria indicar que o procedimento será presencial, então será presencial – acrescentou.

A presidente já havia dito na última sexta (3) que estaria “presente, com muito prazer, para responder às perguntas que me fizerem”.

INVESTIGAÇÃO
A Promotoria peruana iniciou uma investigação contra Boluarte em 10 de janeiro pelos supostos crimes de “genocídio, homicídio qualificado e ferimentos graves” durante as manifestações antigovernamentais de dezembro de 2022 e janeiro de 2023 nas regiões de Apurímac, La Libertad, Puno, Junín, Arequipa e Ayacucho.

O chefe de Gabinete, Alberto Otárola (ex-ministro da Defesa), o ex-ministro do Interior, Víctor Rojas, o ministro da Defesa, Jorge Chávez, e o ex-chefe de Gabinete, Pedro Angulo, também estão incluídos na investigação realizada pela procuradora nacional, Patrícia Benavides.

CRISE APÓS GOLPE FRACASSADO
Nesta terça, Boluarte completará três meses no poder depois de substituir o ex-presidente Pedro Castillo, de quem era vice. Ele foi preso após ser destituído pelo Congresso em 7 de dezembro depois de um golpe de Estado fracassado, em um momento em que estava sob investigação por suposta corrupção.

Professor rural e dirigente sindical de 53 anos, Castillo cumpre 18 meses de prisão preventiva em Barbadillo, um presídio para ex-presidentes dentro da sede da Direção de Operações Especiais da Polícia, em Lima.

Sua queda após 17 meses no poder gerou violentos protestos que deixaram 48 mortos e mais de 600 feridos em confrontos com as forças de segurança. Outras sete pessoas morreram em acidentes de trânsito em eventos relacionados aos bloqueio de estrada.

Novos confrontos entre manifestantes e forças de segurança, neste sábado (4), deixaram ao menos 16 feridos, 10 civis e seis militares, e uma delegacia incendiada em Juli, na região andina de Puno, informaram as autoridades. Os manifestantes exigem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e o avanço das eleições para 2023.

*AE

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