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Pela 1ª vez, Nasa entra na coroa solar, atmosfera superior do Sol

A experiência contribui para novas descobertas da ciência

Pleno.News - 15/12/2021 16h40 | atualizado em 15/12/2021 18h09

sonda Parker estuda o Sol desde 2018
Sonda Parker estuda o Sol desde 2018 Foto: Nasa

A sonda espacial Parker Solar Probe, da Nasa, a agência espacial norte-americana, voou na atmosfera superior do Sol e captou amostras de partículas e campos magnéticos. Ao tocar a matéria de que o Sol é feito, Parker contribui para novas descobertas da ciência solar.

– A sonda solar Parker tocando o Sol é um momento monumental para a ciência solar e um feito verdadeiramente notável – afirmou Thomas Zurbuchen, administrador associado do Diretório de Missões Científicas na sede da Nasa, em Washington.

– Esse marco não só nos fornece percepções mais aprofundadas sobre a evolução do Sol e seus impactos no sistema solar, como também tudo o que aprendemos sobre a nossa própria estrela. Ensina-nos mais sobre outras estrelas no resto do universo – acrescentou.

Foi durante a oitava aproximação da sonda, em 28 de abril, que Parker voou pela primeira vez pela coroa solar. Essa camada apresenta campos magnéticos muito fortes que dominam o movimento das partículas elétricas.

De acordo com os cientistas, demorou alguns meses para se obter os dados registrados pela sonda e mais alguns meses para confirmá-los.

MAIS PERTO DO QUE NUNCA
Quanto mais perto a sonda solar viajar pela atmosfera da estrela, mais a ciência espacial fará descobertas sobre as explosões solares.

Uma das investigações passa por analisar o vento solar. Esse fluxo de partículas do Sol pode influenciar a Terra, e, em 2019, a sonda Parker já tinha registrado que estruturas magnéticas em zigue-zague no vento solar eram abundantes perto do Sol.

Mas continua desconhecido como e onde esses fluxos magnéticos se formaram. Como o Sol carece de uma superfície sólida, ao contrário da Terra, só mergulhando na área magneticamente intensa é que se pode encontrar respostas.

A estrela tem uma atmosfera superaquecida, feita de material solar que se liga entre si pela gravidade e pelas forças magnéticas.

Ao reduzir à metade a distância ao Sol, pela primeira vez na história do estudo solar, a circulação da sonda Parker permitiu estar perto o suficiente para identificar onde se originam os ventos: a superfície solar.

– Voando tão perto do Sol, a sonda solar Parker agora detecta detalhes na camada magnética da atmosfera solar, a coroa, que nunca podíamos antes – disse Nour Raouafi, cientista do projeto Parker no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, em Laurel, Maryland.

– Por estarmos na coroa, conseguimos obter evidências em dados de campo magnético, dados do vento solar e visualmente em imagens. Na verdade, podemos ver a nave espacial a voar por meio de estruturas da coroa que podem ser observadas durante um eclipse solar total – explicou Raouafi.

A sonda estava a cerca de 13 quilômetros acima da superfície do Sol quando cruzou pela primeira vez o ponto conhecido por superfície crítica de Alfvén, que corresponde à transição entre a atmosfera solar e o vento solar. Nessa área, a nave atravessou para dentro e para fora da coroa pelo menos três vezes.

SERPENTINAS
Durante a passagem, a nave circulou por estruturas chamadas serpentinas da coroa. Essas estruturas podem ser vistas como correntes brilhantes.

Essa perspectiva só foi possível porque a nave voou acima e abaixo das serpentinas, dentro da coroa. Até agora, as serpentinas só tinham sido vistas de longe. Normalmente, essas linhas ondulantes de luz são visíveis da Terra durante eclipses solares totais.

O tamanho da coroa também depende da atividade solar. À medida que o ciclo de atividade do Sol de 11 anos – o ciclo solar – aumenta, a borda externa da coroa expande-se, dando à Parker Solar Probe maior possibilidade de permanecer dentro da coroa por longos períodos de tempo, sustentaram os cientistas.

– É uma região realmente importante para entrar, porque achamos que todos os tipos de física podem ser ativados lá. É muito empolgante que já tenhamos alcançado. E agora, que estamos entrando nessa região, com sorte começaremos a ver alguns desses fenômeno físicos – disse Justin Kasper, investigador e professor da Universidade de Michigan.

Obter pistas sobre os zigue-zagues luminosos e outros mistérios solares permitirão aos cientistas “o vislumbre de uma região que é crítica para superaquecer a coroa e empurrar o vento solar a velocidades supersônicas”.

Essas medições da coroa serão importantes “para a compreensão e previsão de eventos climáticos espaciais extremos que podem interromper as telecomunicações e danificar satélites ao redor da Terra”, argumenta a comunidade científica.

Esta primeira passagem pela coroa solar, que durou apenas algumas horas, é uma das muitas missões planeadas para a sonda Parker, que já investiga a estrela desde 2018.

Em janeiro de 2022, os cientistas esperam ver a sonda viajar cada vez mais perto do Sol.

*Agência Brasil

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