Jade Nunes - 06/09/2018 08h49

O chanceler do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni, classificou como inesperada a resposta de Israel ao anúncio do governo do país de mudar a embaixada do país de Jerusalém para Tel Aviv, revertendo uma decisão tomada em maio.

– Lamentamos uma decisão tão inesperada, tão apressada – disse o chanceler em entrevista à Agência Efe.

Após o anúncio, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, determinou o fechamento da embaixada do país em Assunção. Castiglioni, contudo, disse que o governo paraguaio respeita a “decisão soberana” dos israelenses.

– Eles não analisaram o plano de fundo dessa questão, que é uma oferta nossa ao processo de paz. Além disso, a volta da embaixada para Tel Aviv está fundamentada no direito internacional e respeita o definido pelo Conselho de Segurança da ONU – afirmou.

O chanceler esclareceu que o fechamento da embaixada israelense em Assunção não representa uma ruptura das relações entre os dois países. Apesar do anúncio feito por Netanyahu no Twitter, o Paraguai ainda não recebeu nenhum comunicado oficial sobre a medida.

Depois do anúncio do Paraguai, o ministro de Relações Exteriores da Palestina, Riad al Maliki, disse à agência Wafa que entraria em contato com Castiglioni para abrir uma embaixada em Assunção.

O Paraguai mudou a embaixada israelense de Tel Aviv para Jerusalém em maio deste ano. A decisão foi tomada pelo então presidente do país, Horacio Cartes.

O atual presidente, Mario Abdo Benítez, do mesmo partido de Cartes, disse que a medida seria analisada com “maturidade”, mas sinalizava antes de assumir o cargo que voltaria atrás.

Pelo Twitter, Abdo Benítez disse hoje que o Paraguai é um “país de princípios”. Com a mudança da embaixada para Tel Aviv, o presidente disse pretender que Israel e Palestina cheguem a uma paz ampla, justa e duradoura.

*Com informações da Agência EFE

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