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Papa: “Todo feminismo acaba sendo um machismo de saia”

Pontífice deu a declaração durante encontro histórico sobre prevenção de abusos sexuais na Igreja Católica

Gabriela Doria - 22/02/2019 16h58 | atualizado em 22/02/2019 19h10

Papa Francisco discursou para o alto clero do Vaticano Foto: EFE/Giuseppe Lami

Durante o encontro histórico realizado pela Igreja Católica, cujo tema é “A proteção de menores na Igreja”, o papa Francisco criticou o feminismo moderno e o comparou ao machismo. A fala do pontífice aconteceu após o discurso da professora de Direito Canônico, Linda Ghisoni.

– Convidar uma mulher a falar não é entrar no modo de um feminismo eclesiástico. Porque, no final, todo feminismo acaba sendo um machismo de saia. Não. Convidar uma mulher para falar sobre as feridas da Igreja é convidar a Igreja a falar sobre si mesma, sobre as feridas que tem. E esse eu acho que é o passo que devemos dar com muita força: a mulher é a imagem da Igreja, uma esposa, uma mãe. Um estilo. Sem esse estilo, falaríamos do povo de Deus, mas como uma organização, talvez um sindicato, mas não como uma família parida pela mãe Igreja – declarou o papa para os 190 membros do alto clero no Vaticano, presentes na reunião.

Linda Ghisoni aproveitou o espaço para falar sobre as ações que a Igreja deve promover pelas vítimas de abusos.

– Como podemos falar de proteção de menores na Igreja, sem considerar as vítimas e suas famílias, sem falar dos abusadores, dos cúmplices, dos negacionistas, dos acusados injustamente, dos negligentes, dos que desviaram os casos, dos que tentaram falar e agir, mas foram calados? Ajoelhados: essa seria a postura adequada para tratar os assuntos destes dias – afirmou a professora.

Após o discurso de Ghisoni, o papa Francisco aproveitou para analisar a fala da professora, considerando que as palavras são típicas de “uma mãe”, e complementou, afirmando que a Igreja também “é uma mãe”.

– Não se trata de dar mais funções à mulher na Igreja. Sim, isso é bom, mas isso não resolve o problema. Trata-se de integrar a mulher como uma figura da Igreja em nosso pensamento. E pensar também na Igreja com as perspectivas de uma mulher – declarou.

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