Papa Francisco deixará o hospital amanhã, informa equipe médica
Pontífice permanecerá em convalescença durante ao menos dois meses
Thamirys Andrade - 22/03/2025 16h23 | atualizado em 24/03/2025 18h19

O papa Francisco receberá neste domingo (23), alta do Hospital Gemelli, em Roma, após 37 dias internado devido a uma infecção respiratória, e regressará à sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano. O anúncio foi feito neste sábado (22) pelo médico Sergio Alfieri, chefe da equipe que trata o pontífice no hospital.
– O papa terá alta amanhã. Seu estado é estável nos últimos 15 dias. Seu período de repouso na Casa Santa Marta continuará, e permanecerá em convalescença durante ao menos dois meses – disse Alfieri, em uma entrevista coletiva surpresa no Gemelli.
Francisco, de 88 anos, foi internado no Hospital Gemelli em 14 de fevereiro por problemas respiratórios, que se revelaram causados por bronquite causada por uma infecção polimicrobiana, juntamente com pneumonia bilateral, com “dois episódios críticos que colocaram sua vida em perigo”.
– Quando um paciente tem uma infecção desse tipo e está em um estado tão grave, é melhor prosseguir em casa, pois o hospital é o pior lugar para continuar a convalescença, pois é onde as infecções têm maior probabilidade de ocorrer – disse Alfieri.
O médico destacou ainda que “a melhora tem sido lenta, mas constante”, o que permitiu sua alta, e ressaltou que “ele nunca foi intubado e sempre esteve consciente”, apesar das várias crises graves que sofreu durante seu longo período de internação.
Os médicos explicaram que “as infecções mais graves” foram resolvidas, mas precisará seguir com o tratamento farmacológico e a reabilitação por ao menos dois meses.
– Na Casa Santa Marta continuará com a terapia motora e respiratória que recebeu no hospital; neste momento é o mais importante e o que ele precisa para se recuperar – adicionou o doutor Luigi Carbone, médico da Direção de Saúde do Vaticano e responsável pela saúde do pontífice.
Os médicos explicaram também que a pneumonia bilateral desapareceu, mas “levará tempo para dizer se ele está completamente curado de todas as espécies microbianas” e, durante sua convalescença em Santa Marta, “ele não precisará de muitas coisas, mas sim de oxigênio”.
Questionado sobre a capacidade de recuperar a fala depois de tanto tempo com oxigênio, Carbone explicou que é “difícil”, mas “vendo a melhora”, que “tem sido significativa em comparação a dez dias atrás”, esperamos que isso aconteça “em breve”.
Alfieri, chefe do centro cirúrgico do Gemelli e que operou o papa em outras ocasiões, explicou que Francisco manteve “o bom humor” apesar das dificuldades que isso acarreta nos momentos mais difíceis.
E citou, como exemplo, que depois de um desses momentos difíceis, perguntou-lhe como se sentia, e o pontífice respondeu: “Ainda estou vivo”. Então entenderam que ele havia “recuperado o bom humor”.
Além disso, “o papa nunca deixou de trabalhar”, disse o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, enfatizando que sempre esteve atento às questões.
Neste sábado, o Vaticano anunciou a intenção de Francisco de aparecer amanhã da janela de seu apartamento no hospital, naquela que será sua primeira aparição pública desde sua internação, após a qual ele deixará o centro médico.
Desde sua hospitalização, seu quadro clínico sempre foi classificado de “complexo”, e foram necessários 25 dias de internação para que os médicos suspendessem a confidencialidade de seu prognóstico, considerando que sua vida não estava mais em “perigo iminente”.
No último relatório médico, divulgado na última quinta-feira (20), foi confirmado que foi suspensa a ventilação mecânica não invasiva, a máscara de oxigênio que utilizava à noite, enquanto o oxigênio de alto fluxo com cânulas nasais durante o dia também estava sendo reduzido de forma gradual.
*EFE
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