Papa e líder ortodoxo russo pedem diálogo na Síria
Eles disseram que chefes de Estado devem assumir suas responsabilidades "perante a Deus"
Gabriela Doria - 17/04/2018 12h54 | atualizado em 17/04/2018 13h15
O papa Francisco e o patriarca da Igreja Ortodoxa da Rússia, Cirilo I de Moscou, pediram, nesta terça-feira (17), que haja diálogo na Síria para evitar um conflito mundial.
– Chamamos os líderes políticos a não permitir uma maior escalada da tensão, evitar confrontos e tomar o caminho do diálogo – assinalam em comunicado conjunto.
A nota adverte que as “incessantes hostilidades” no Oriente Médio, que tiraram a vida de “milhares de pessoas” e obrigaram “vários milhões” a deixar suas casas, “ameaçam se transformar em um conflito global”.
– O mundo se aproxima de um perigoso ponto, do autêntico fracasso da cooperação e das relações internacionais – acrescenta o comunicado.
Diante dessa “terrível ameaça”, o pontífice e o patriarca ortodoxo russo se dirigem aos líderes mundiais para que “assumam sua responsabilidade frente a seus povos, à humanidade em geral e perante a Deus”.
– Também nos dirigimos aos países da ONU e, especialmente, aos membros do Conselho de Segurança, para que lembrem do seu dever com a família dos povos e, em nome de Deus, lhes rogamos que superem as diferenças e trabalhem conjuntamente em prol da paz no mundo todo – destacaram no comunicado.
O chefe de Relações Exteriores da Igreja ortodoxa russa, o metropolita Hilarion, indicou que o comunicado conjunto recebeu o apoio dos líderes das igrejas cristãs do Oriente Médio.
Um dia após os Estados Unidos, o Reino Unido e a França lançarem no último sábado um ataque conjunto contra a Síria, o papa Francisco se declarou “profundamente preocupado” com “a incapacidade” para acordar uma ação comum destinada à paz.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, que continua negando que Damasco tenha perpetrado um ataque químico contra a população civil na cidade de Douma, qualificou de “agressão” contra a Síria o ataque dos países ocidentais.
*Com informações da agência EFE.
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