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Papa diz que governo argentino já quis “cortar sua cabeça”

Pontífice relatou perseguição durante o governo de Cristina Kirchner

Monique Mello - 11/05/2023 14h37 | atualizado em 11/05/2023 18h40

Papa Francisco Foto: LUCA ZENNARO/POOL/EFE/EFEVISUAL

O papa Francisco relatou que já esteve na mira do governo da Argentina, no período em que era arcebispo do país, há mais de uma década. De acordo com o pontífice, queriam “cortar a sua cabeça”. As informações foram compartilhadas com jesuítas na Hungria no final de abril e divulgadas nesta terça-feira (9).

A ofensiva era da parte de Cristina Kirchner, então presidente da Argentina, em 2010. Ela teria pressionado três juízes para condenarem Francisco por ações durante a ditadura no país, na década de 70.

O pontífice precisou prestar depoimento acerca do sequestro dos padres Orlando Yorio e Franz Jalics, em 1976, acusados ​​pelos militares de terem ligações com guerrilheiros. O depoimento foi em 2010, época em que ele fora acusado pelo jornalista Horacio Verbitsky, de ter traído os dois sacerdotes.

– Eles me deram a possibilidade de escolher o local para fazer o interrogatório. Escolhi fazer no Episcopado. Durou quatro horas e dez minutos. Um dos juízes insistiu muito no meu comportamento. (…) No final, minha inocência foi provada. No bairro onde eu trabalhava, havia uma célula de guerrilha. Mas os dois jesuítas não tinham nada a ver com eles: eram pastores, não políticos – disse o papa.

Jalics e Orlando Yorio foram presos em 1976. Yorio morreu em 2000 e Jalics morreu em 2021.

– Sim, eu mereço o julgamento pelos meus pecados, mas quero ser claro neste ponto. Outro dos três juízes também veio e me disse claramente que havia sido instruído pelo governo a me condenar – relatou o religioso.

Em 2013, quando foi eleito papa, o pontífice enfrentou críticas pelo episódio, sendo acusado de omissão e de que não havia feito o suficiente pelos sacerdotes desaparecidos.

– Mas quero acrescentar que, quando Jalics e Yorio foram presos pelos militares, a situação na Argentina era confusa, e não estava claro o que deveria ser feito. Fiz o que senti que tinha que fazer para defendê-los. Foi uma situação muito dolorosa – concluiu.

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