Pleno.News - 14/06/2023 14h59

O pai de duas das quatro crianças que ficaram desaparecidas por 40 dias na Colômbia está sendo acusado de ter praticado violência doméstica contra a falecida mãe de seus filhos e de ter abusado sexualmente de uma das meninas, da qual ele é padrasto. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (14) pelo jornal local El Colombiano.

De acordo com a publicação, o homem, identificado como Manuel Ranoque, negou ter abusado sexualmente da enteada, mas admitiu ter praticado agressões físicas e verbais contra a então companheira Magdalena Mucutuy. A mulher morreu no acidente aéreo do qual as filhos conseguiram sair com vida.

– Fisicamente [foram] muito poucos [episódios de violência física], porque tínhamos mais problemas de “bate-boca”. Mas problemas familiares são entre marido e mulher. Isso não é fofoca para o mundo – afirmou.

As crianças, com idades de 13, 9, 5 e 1 ano, ainda estão se recuperando no Hospital Militar de Bogotá, na Colômbia, depois de terem passado mais de um mês perdidos. A Justiça não permitiu visitas de Manuel por enquanto. Ao falar das denúncias, ele disse que elas seriam motivadas por “disputa econômica”.

– As duas meninas mais velhas são como minhas filhas, eu as forneci educação e alimentação. Tudo isso é uma disputa econômica entre famílias. Eles me chamaram de estuprador, e a menina calou a boca deles dizendo que eu sou o pai dela, já esclareci isso – completou.

SOBRE O CASO
As quatro crianças, incluindo um bebê, que estavam perdidas há 40 dias na Amazônia colombiana após um acidente aéreo, foram encontradas vivas na última sexta-feira (9). Os resgatados, que têm 13, 9, 5 e 1 ano de idade, receberam atendimento médico na cidade de San José del Guaviare, no sul da Colômbia, e depois foram transportados para a capital, Bogotá.

As crianças foram encontradas por uma equipe de buscas que incluía indígenas voluntários e forças especiais militares. A busca pelos desaparecidos envolveu 11 aeronaves. Ao longo dos dias, os militares chegaram a jogar refeições prontas e kits com apitos e isqueiros para fora dos aviões, na esperança que as crianças encontrassem.

O grupo de crianças estava em um avião Cessna 206 que caiu no dia 1° de maio. Rastreadores indígenas localizaram o avião duas semanas depois. O piloto Hernando Murcia e a mãe das crianças, Magdalena Mucutuy, não sobreviveram à queda. O voo viajava da aldeia de Araracuara para San José.

A descoberta do avião desencadeou a busca pelas crianças, denominada Operação Esperança, que incluiu 113 militares trabalhando com 92 rastreadores indígenas.

*Com informações AE

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