Paulo Moura - 01/07/2021 14h06 | atualizado em 01/07/2021 15h35

O diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, David Beasley, afirmou que existe o temor de que uma crise alimentar “sem precedentes e de proporções bíblicas” alcance vários países nos próximos meses, diante do quadro de crise causado pela pandemia de Covid-19. A declaração foi dada na quarta-feira (30), durante um evento do G20 realizado em Brindisi, na Itália.

– Se não atendermos às necessidades deles [das pessoas com fome], durante os próximos seis a nove meses pode haver uma fome sem precedentes, de proporções bíblicas, seguida de desestabilização em muitas nações e migrações em massa – apontou.

De acordo com Beasley, é necessário que os líderes mundiais repassem mais recursos aos países mais afetados, como aconteceu no ano passado. O programa das Nações Unidas solicita 6 bilhões de dólares (R$ 30,1 bilhões) para ajudar 41 milhões de pessoas que estão à beira da fome em 43 países.

– Achávamos que, no ano passado, superaríamos a pandemia do coronavírus. Em vez disso, ela permanece com as variantes devastando especialmente as nações de baixa renda e os países em desenvolvimento, que foram catastroficamente atingidos por essa calamidade – declarou o diretor do PMA.

Agências internacionais estimam que a escassez de alimentos foi ampliada com a crise gerada pela pandemia do coronavírus. Na terça-feira (29), durante uma reunião entre ministros das Relações Exteriores e do Desenvolvimento de diversos países, o chanceler italiano Luigi Di Maio ressaltou que a pandemia pode colocar mais 100 milhões de pessoas no mapa da fome.

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