OMS volta a citar tese de início da Covid em laboratório chinês
Tedros Adhanom pediu mais investigações sobre a possibilidade da Covid-19 ter partido de laboratório em Wuhan
Thamirys Andrade - 01/04/2021 14h24 | atualizado em 01/04/2021 14h26

A China foi pega de surpresa nesta terça-feira (30) pelo pedido de Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), por mais investigações sobre a possibilidade da Covid-19 ter partido de um laboratório em Wuhan. O país está sob pressão desde então, e nesta quarta-feira (31), o coordenador dos cientistas chineses Liang Wannian disse não ter compreendido as declarações de Adhanom.
– Não entendo a visão dele das coisas porque é uma área que nos afeta, os cientistas – afirmou, em entrevista coletiva.
Wannian disse que os pesquisadores chineses seguirão colaborando com os cientistas estrangeiros, mas não falou nada sobre o pedido do diretor-geral da OMS por uma nova investigação em solo chinês.
A pesquisa internacional examinou locais relacionados à origem da pandemia, chegando à conclusão de que o vírus deve ter partido de morcegos e chegado aos humanos por meio de outro animal, como gatos, coelhos ou vison. A segunda hipótese seria contágio por meio de mercado de frios. A possibilidade de o vírus ter escapado de laboratório foi considerada “muito improvável”.
Contudo, Tedros Adhanom, que já foi acusado de ser muito compassivo com a China, disse que é necessária uma investigação mais detalhada com especialistas acerca da hipótese envolvendo o Instituto de Virologia de Wuhan. Ele também criticou o governo chinês pelas dificuldades de acesso aos dados originais.
A China negou que tenha tentado ocultar informações, e o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying, pediu que a comunidade científica investigue também outras partes do mundo.
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