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Oficiais da Marinha argentina são condenados por naufrágio

Sumarino foi encontrado em 2018 depois de um ano desaparecido com 44 tripulantes

Pleno.News - 22/03/2021 19h19 | atualizado em 22/03/2021 19h20

Oficiais da Marinha argentina são condenados por naufrágio de submarino Foto: EFE/Armada Argentina

Nesta segunda-feira (22), diversos oficiais da Marinha da Argentina, tanto da ativa como da reserva, foram condenados a penas de 30 a 60 dias de “prisão rigorosa”, e um deles foi demitido por uma corte marcial que investigava responsabilidades pelo naufrágio do submarino ARA San Juan, encontrado no fundo do oceano Atlântico em 2018 depois de um ano desaparecido com 44 tripulantes.

De acordo com um documento ao qual a Agência EFE teve acesso, entre os cinco condenados está o almirante da reserva Marcelo Srur, que era o comandante da Armada quando o navio desapareceu. Ele terá que cumprir 45 dias de prisão por “ter informado de forma incompleta o Ministério da Defesa sobre os eventos iniciais ocorridos com o submarino”, o que impediu “o fornecimento de informações às famílias dos tripulantes”.

Além disso, foi considerado agravante ele “não ter comparecido perante a opinião pública, demonstrando falta de empenho e diligência, com o consequente dano à imagem institucional da Marinha”.

Srur, que durante a investigação do desaparecimento do submarino foi demitido em dezembro de 2017 pelo governo do então presidente, Mauricio Macri, também foi sancionado a mais 30 dias, embora ele só tenha que cumprir a pena de maior duração por ter atribuído “responsabilidades de natureza disciplinar ao pessoal subordinado”.

VÁRIOS ABSOLVIDOS
A corte marcial, que ocorre paralelamente à investigação criminal, também decidiu demitir o capitão de navio Claudio Javier Villamide, que era chefe do comando da força de submarinos da Marinha argentina, por cometer um “delito disciplinar muito grave” por negligência “por demonstrar falta de cuidado ou negligência das tropas e equipamentos a seu cargo”, e por não ter ordenado ou recomendado expressamente ao comandante da ARA San Juan “a conveniência de permanecer na superfície”.

Ele também foi apontado como culpado por não manter a comunicação até definir um curso de ação que permitisse uma “navegação segura de volta ao porto” e por não tomar medidas para reunir urgentemente seu pessoal e outros especialistas para “analisar a fundo a situação e aprofundar a busca da melhor solução”.

Os outros três membros do corpo militar que foram sancionados são o contra-almirante Luis Enrique López Mazzeo, atualmente na reserva, a 10, 15 e 60 dias de prisão rigorosa por vários crimes; o capitão de navio Héctor Aníbal Alonso, a 20 e 30 dias de prisão, e o capitão de fragata Hugo Miguel Correa, a 30 dias.

Todos eles servirão apenas a sentença mais longa.

Por outro lado, o contra-almirante da reserva Eduardo Luis Malchiodi e o capitão de corveta Jorge Andrés Sulia foram absolvidos, e foi declarada extinta a ação disciplinar contra o capitão de navio Carlos Ferraro, que está na reserva.

UM ANO DESAPARECIDO
O ARA San Juan, de origem alemã e incorporado à Marinha argentina em 1985, teve seu último contato com terra em 15 de novembro de 2017, quando, após várias manobras militares, estava se deslocando do sul de Ushuaia, na Terra do Fogo, em direção a Mar del Plata, na província de Buenos Aires.

Em meio a pesados esforços de busca, ele ficou desaparecido por mais de um ano até ser encontrado em 17 de novembro de 2018 submerso a uma profundidade de 907 metros, a mais de 400 quilômetros da costa.

A área onde o submarino foi encontrado é onde a busca foi inicialmente focada, com base no ponto onde o comandante fez contato pela última vez e de acordo com a “anomalia hidroacústica”, “consistente com uma explosão” que agências internacionais haviam detectado com sensores.

Nem o submarino ou os restos de seus ocupantes foram retirados do mar.

Além das conclusões do Conselho de Guerra, aberto em novembro do ano passado e realizado na sede do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, em Buenos Aires, ainda está em andamento um processo penal para determinar a responsabilidade pelo naufrágio – alguns dos condenados nesta segunda-feira estão sendo processados.

*Com informações da Agência EFE

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