Nigéria reage após Donald Trump denunciar massacre de cristãos
Nota oficial minimiza milhares de mortes de cristãos nos últimos anos
Pleno.News - 01/11/2025 18h46 | atualizado em 06/11/2025 16h25

O governo da Nigéria rejeitou neste sábado (1º) a afirmação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que cristãos estão sendo “massacrados” no país africano, e ressaltou que essa alegação “não reflete a realidade”.
Em uma mensagem publicada na sexta-feira (31), na plataforma Truth Social, Trump afirmou que “o cristianismo enfrenta uma ameaça existencial na Nigéria”.
– Milhares de cristãos estão sendo assassinados. Os radicais islâmicos são responsáveis por esse massacre. Declaro a Nigéria um “PAÍS DE PREOCUPAÇÃO ESPECIAL”.
Essa designação é feita pelo Departamento de Estado para nações “envolvidas em graves violações da liberdade religiosa”, como explicou Trump.
– Mas isso é o de menos. Quando cristãos, ou qualquer outro grupo semelhante, são massacrados como acontece na Nigéria (3.100 contra 4.476 em todo o mundo), é preciso agir! – acrescentou o mandatário americano, sem apresentar provas para sustentar a declaração.
Em comunicado divulgado neste sábado pela imprensa local, o Ministério das Relações Exteriores da Nigéria pontuou que o governo “toma nota das recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas quais ele alega assassinatos em grande escala de cristãos na Nigéria e solicita que o país seja designado como ‘País de Preocupação Especial’”.
– Essas afirmações não refletem a realidade no terreno. Os nigerianos de todas as religiões têm vivido, trabalhado e praticado sua fé juntos pacificamente há muito tempo – diz o comunicado oficial.
O governo nigeriano assinalou que, embora “compreenda a preocupação mundial com os direitos humanos e a liberdade religiosa”, as acusações são imprecisas.
A nota informa que, sob a liderança do presidente Bola Ahmed Tinubu, a Nigéria “mantém o seu compromisso de combater o terrorismo, fortalecer a harmonia inter-religiosa e proteger a vida e os direitos de todos os seus cidadãos”.
A pasta enfatizou que a Nigéria “continuará colaborando de maneira construtiva com o governo dos Estados Unidos para aprofundar o entendimento mútuo sobre a dinâmica regional e os esforços que o país realiza em matéria de paz e segurança”.
O nordeste da Nigéria sofre ataques do grupo jihadista Boko Haram desde 2009, uma violência que se agravou a partir de 2016 com o surgimento de sua dissidência, o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP). Ambos os grupos pretendem impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
O Boko Haram e o ISWAP mataram mais de 35 mil pessoas – incluindo muçulmanas – e provocaram cerca de 2,7 milhões de deslocamentos internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados oficiais.
*EFE
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