Nasa identifica possível novo manuscrito do Mar Morto
Tecnologia foi desenvolvida especialmente para reconhecer os fragmentos encontrados
Gabriela Doria - 02/05/2018 12h41 | atualizado em 02/05/2018 12h42

Fragmentos de um possível novo manuscrito do Mar Morto foram identificados graças a uma tecnologia especificamente desenvolvida pela Nasa para esta investigação. A informação é de pesquisadores da Unidade dos Manuscritos do Mar Morto da Universidade Hebraica.
Tratam-se de centenas de pequenos fragmentos armazenados em caixas de charuto que foram estudados durante os últimos anos pelo doutorando Orem Ableman. Nesta quarta-feira (2), eles foram exibidos no simpósio internacional que celebra os 70 anos do descobrimento dos milenários Manuscritos de Qumran.
– Em Qumran foram encontrados inicialmente cerca de 900 manuscritos, uma coleção muito grande, alguns em boas condições, mas a maioria muito fragmentado e mal conservado – explicou a pesquisadora Beatriz Riestra à Agência EFE.
Ela continua, explicando a importância das descobertas.
– São obras literárias religiosas, as cópias mais antigas em hebraico do Antigo Testamento e outro tipo de literatura religiosa de uma época muito importante, tanto para o judaísmo como para o cristianismo. Mas este novo fragmento não pode ser atribuído aos manuscritos que conhecemos e pode ser que pertença a um outro novo que não temos conhecimento – destacou Riestra.
Os fragmentos, datados de 2 mil anos e pertencentes à caverna número 11 do complexo de Qumran, foram armazenados em caixas de charutos porque “os arqueólogos dos anos 50 (quando foram descobertos os manuscritos) usavam as caixas de charutos como armazenamento”, explicou Ableman ao jornal The Times of Israel.
O especialista estudou os minúsculos restos de pele escura, que não tinham sido limpados e nem tratados, com a ajuda de um scanner multiespectral, desenvolvido pela Agência Espacial Americana (Nasa) para este laboratório israelense.
– Este tipo de scanner nos permite ler o que é invisível aos olhos nus, graças aos raios infravermelhos que permitem apreciar traços de letras aparentemente não visíveis – contou Beatriz Riestra.
*Com informações da Agência EFE
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