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Na Alemanha, fraudes desviam verba de programas contra crise

Governo estima que até 100 milhões de euros foram desviados por criminosos digitais

Pleno.News - 20/04/2020 19h24 | atualizado em 20/04/2020 19h54

Na Alemanha, fraudes desviam até 100 milhões de euros de programas contra crise da Covid Foto: Pexels

O governo alemão estima que até 100 milhões de euros (cerca de R$ 575 milhões) em programas para reduzir danos econômicos causados pela pandemia de coronavírus foram desviados por criminosos digitais.

Maior economia da Europa, com PIB de quase 4 trilhões de euros (cerca de R$ 24 trilhões) em 2018, a Alemanha lançou vários programas de auxílio a negócios atingidos pela pandemia.

Pequenas e médias empresas têm acesso a crédito facilitado de até 500 mil euros (cerca de R$ 3 milhões), e um fundo de 50 bilhões de euros (R$ 288 bilhões) socorre autônomos e pequenas empresas.

Para evitar que companhias demitam seus funcionários em momentos de redução drástica de recursos, o Estado alemão paga uma parcela do salário de empregados que tenham seu trabalho suspenso – medida introduzida logo após a crise global de 2018.

Como o objetivo era garantir socorro rápido para minimizar o efeito da crise, o governo simplificou e ampliou o acesso aos recursos. Em alguns casos, era preciso informar apenas o nome da empresa e a identificação fiscal (como o CNPJ), o que facilitou a vida dos criminosos.

A partir de servidores em outros países, como Eslováquia e Estados Unidos, eles criaram sites falsos para capturar dados de empresas que usavam os fundos do governo, por meio de phishing (técnica de se passar por instituições conhecidas para roubar dados de usuários). As informações foram usadas depois para desviar o dinheiro.

Na Renânia do Norte, Vestfália, estado de maior população na Alemanha, foi preciso suspender o programa por uma semana, depois que mais de 100 sites falsos foram descobertos; foi detectado desvio de dinheiro em 90 deles. A Renânia pagava 9 mil euros para autônomos (cerca de R$ 52 mil) e 25 mil (R$ 144 mil) para empresas com mais de 50 funcionários atingidas pela pandemia.

Quando a fraude foi confirmada, em meados de abril, haviam sido recebidos 380 mil pedidos de ajuda, dos quais 360 mil foram concedidos. Entre 3.500 e 4.500 eram fraudulentos, e a estimativa é que o desvio tenha ficado entre 31 e 100 milhões de euros (aproximadamente R$ 179 e R$ 576 milhões). O estado apertou os controles de identidade antes de reativar a concessão de benefícios.

A investigação encontrou criminosos que comemoravam na “dark web” a captura de até 4 mil dados desde o início da pandemia.

Na Saxônia, o banco local de desenvolvimento também parou de liberar recursos para pequenas empresas por causa do aumento de casos de fraudes.

Desde o lançamento do fundo de ajuda a autônomos, há três semanas, o governo alemão aprovou 1,1 milhão de pedidos de ajuda, liberando cerca de 9 bilhões de euros (R$ 52 bilhões). O Banco de Investimento de Berlim concedeu 1,3 bilhão de euros (R$ 7,5 bilhão) em uma semana, e o portal chegou a cair pelo excesso de acessos.

Até esta segunda-feira (20), a Alemanha registrou 146.200 casos de coronavírus, 5º maior número do mundo, e 4.683 mortes, 8º maior número. Em relação à população, porém, está em 26º lugar, com 5,6 mortes por 100 mil habitantes.

Com mais de cem laboratórios e fabricantes nacionais de testes e reagentes, a Alemanha realizou 1.728.357 testes, terceiro maior número do mundo, o equivalente a 2.063 exames por 100 mil habitantes.

Como comparação, a Itália fez 2.312 testes por 100 mil habitantes e a Coreia do Sul, 1.098. O país implantou as primeiras medidas de distanciamento social três dias depois de registrar a primeira morte, no dia 12 de março, e a quarentena foi decretada no dia 22 de março. Nesta segunda-feira, algumas lojas começaram a ser reabertas.

*Folhapress

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