Milhares de venezuelanos voltam a entrar no Brasil
Fronteira entre os dois países foi reaberta nesta sexta-feira
Jade Nunes - 12/05/2019 09h31
A reabertura da fronteira entre Brasil e Venezuela levou milhares de cidadãos do país vizinho a procurar a cidade de Pacaraima, em Roraima, para comprar remédios e mantimentos ou para solicitar refúgio, informaram neste sábado (11) fontes oficiais brasileiras.
A fronteira tinha sido fechada em fevereiro por decisão do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. Com essa ordem, ele impediu a passagem da ajuda humanitária que entraria de vários governos, entre eles a do Brasil, que reconhecem Juan Guaidó, chefe da Assembleia Nacional, como o líder legítimo.
A passagem da fronteira foi reaberta nesta sexta, também por decisão de Maduro, que do mesmo modo restabeleceu a comunicação marítima e aérea com a Aruba, mas não com a Colômbia e outros países.
Apesar do bloqueio, o fluxo de venezuelanos em Pacaraima não chegou a ser interrompido. De acordo com cálculos das autoridades brasileiras, muitos entraram por atalhos. Enquanto o fechamento vigorou, aproximadamente, 370 venezuelanos entraram por dia a pé.
De acordo com a Polícia Federal, desde sexta pouco mais de mil veículos entraram, a maioria trazendo pessoas para fazer compras em Pacaraima. Também foi retomado o fluxo de caminhões com mercadoria que abastecem principalmente a cidade de Santa Elena de Uairén e outros pequenos municípios da região conhecida como Gran Sabana, no sul da Venezuela.
O presidente Jair Bolsonaro, que mantém firme apoio a Guaidó, avaliou a reabertura da fronteira em uma breve declaração dada aos jornalistas.
– É uma medida inteligente da parte dele – disse em referência a Maduro.
Desde que a entrada de venezuelanos começou a aumentar, há quase dois anos, o Brasil recebeu cerca de 70 mil cidadãos do país vizinho. Eles são atendidos pelo programa Operação Acolhida, que envolve 11 ministérios, possui apoio e engajamento de organizações da sociedade civil e de diversas agências da Organização das Nações Unidas (ONU).
Além de receber os venezuelanos, essa operação ajuda na incorporação dessas pessoas ao mercado de trabalho e promove a integração delas na sociedade brasileira.
*Com informações da Agência EFE