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México chega a 61 políticos assassinados durante eleições

Mortes acontecerem nos últimos seis meses

Gabriela Doria - 24/03/2021 21h04 | atualizado em 25/03/2021 09h13

México tem onda de violência contra políticos Foto: EFE/Nemesio Méndez

A violência durante o processo eleitoral atual no México, iniciado em setembro do ano passado, ganha cada vez mais força, e 61 políticos e 78 funcionários públicos sem militância foram mortos nesses seis meses, informou nesta quarta-feira a ONG Causa em Comum.

“Convocamos as autoridades para lhes dizer o óbvio: que boas intenções e discursos não são suficientes”, declarou a presidente da organização, María Elena Morera, que também considerou que a democracia mexicana está sitiada em várias frentes, entre as quais o risco de participar de corridas eleitorais.

Os dados, coletados pelos consultores da Etellekt, correspondem ao período de 7 de setembro de 2020, quando o Instituto Nacional Eleitoral (INE) iniciou o processo, até 20 de março de 2021, e foram apresentados durante o seminário Violência política no México no período eleitoral.

O México terá a maior eleição de sua história no dia 6 de junho deste ano, quando 94 milhões de pessoas estão convocadas a elegerem 500 deputados federais, 15 governadores de um total de 32 estados, 30 deputados estaduais e 1,9 mil prefeitos municipais.

“Há alguns anos, assistimos a uma eleição violenta (em 2018), com um contexto de polarização política que se repete novamente, com um governo que não parece ser muito tolerante com seus oponentes, e por oponentes quero dizer não apenas políticos, mas também jornalistas e defensores”, denunciou o diretor da Etellekt, Rubén Salazar.

No período eleitoral de 2018, houve 152 assassinatos políticos contados pela empresa de consultoria.

Enquanto isso, o gerente de risco político da Integralia, outra consultoria participante do levantamento, Carlos Rubio, alertou que o tema não tem tido a devida atenção.

“A violência eleitoral é um problema muito sério, que requer atenção imediata, pois prejudica a capacidade dos cidadãos de escolherem os melhores candidatos”, considerou Rubio.

Ele atribuiu a violência contra os políticos ao crime organizado e a suas possíveis ligações com autoridades em algumas regiões, especialmente no poder público local.

Dos 139 políticos e funcionários públicos assassinados no período em questão, 90 estavam ligados aos governos municipais (65%), 28 aos governos estaduais (20%) e 21 ao governo federal (15%). Além disso, foi registrado um total de 238 agressões contra políticos, com 218 alvos: 61 foram assassinados e 71 receberam ameaças, entre outras situações. E entre os 61 mortos, 18 aspiravam a algum cargo entre os que estarão em jogo em junho.

EFE

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