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Merkel defende refugiados em cidade palco de tensões

Chanceler alemã tem sido alvo de crítica por seu posicionamento

Ana Luiza Menezes - 16/11/2018 17h52 | atualizado em 16/11/2018 17h53

Angela Merkel Foto: Hayoung Jeon/EFE

Nesta sexta-feira (16), a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu sua política de refugiados, meses depois que essa cidade se transformou no epicentro de um terremoto político após a morte de um alemão de origem cubana, supostamente pelas mãos de um solicitante de asilo.

Merkel tinha recebido críticas de pessoas – entre elas a prefeita da cidade, Barbara Ludwig – que consideravam que sua visita à cidade chegou tarde. O local foi cenário de manifestações de extrema-direita com incidentes violentos que foram alvo de discussões em todo o país.

– A prefeita disse que minha visita veio tarde demais. Depois da primeira vez que conversamos, me perguntei quando seria o melhor momento para vir e pensei que o melhor era esperar que a situação se acalmasse um pouco – disse Merkel.

Ela se pronunciou em um encontro com leitores do jornal local “Chemnitzer Neue Presse. A chanceler lembrou o ocorrido em 26 de agosto e nos dias posteriores.

– Foi algo que fez muita gente reagir, mas também houve reações da extrema-direita que não têm justificativa – reconheceu.

PREOCUPAÇÃO DOS ALEMÃES
As perguntas do público tiveram a ver, antes de tudo, com a crise dos refugiados e com temas relacionados direta ou indiretamente com ele, como o assassinato cometido em Chemnitz e um estupro coletivo recentemente cometido em Freiburg (sudoeste do país) também com a suposta participação de refugiados.

Em ambos os casos, os supostos responsáveis tinham falsificado seus documentos para solicitar asilo e tinham cometido crimes anteriormente.

– Temos que reagir diante de peticionários de asilo que falsificam documentos e violam a lei – disse Merkel.

Ao ser perguntada se o governo cometeu erros na gestão da crise migratória, ela afirmou que estes ocorreram antes de 2015, quando chegaram à Alemanha cerca de 1 milhão de refugiados.

– Os erros foram cometidos antes de 2015, quando não nos preocupamos o suficiente para que os refugiados tivessem uma vida digna em seus países – especificou a chanceler.

QUESTIONAMENTOS
Além disso, Merkel foi confrontada com sua declaração daquele ano, quando disse que a Alemanha resolveria o desafio que representava o fluxo migratório da mesma foram em que solucionou tantas crises no passado.

– Que tipo de chanceler eu teria sido se tivesse dito que não poderíamos superar o desafio? Além disso, depois de dizê-lo, não fiquei de braços cruzados, mas comecei a trabalhar pelo acordo com a Turquia, pelo pacto com a África e em muitas outras coisas – detalhou ela.

Desde então, segundo Merkel, ocorreram progressos tanto na redução da imigração ilegal como na integração dos refugiados. No entanto, a chanceler advertiu que jamais será possível eliminar totalmente a imigração irregular.

PONTO DE VISTA
Ela ressaltou a importância da solidariedade europeia frente à questão dos refugiados e reiterou que não se pode abandonar os países que têm fronteiras exteriores.

– Não podemos dizer que, como estamos no centro da Europa, o problema não é nosso, mas da Itália ou da Espanha, temos que ajudar. Viktor Orbán, que agora diz que não quer nenhum refugiado, me pediu ajuda em 2015. Vocês se lembram que os refugiados estavam em Budapeste – disse a chefe do governo alemão.

EXTREMA-DIREITA
Outro tema do debate de Merkel com o público, de cerca de 120 pessoas, foi que muita gente no leste da Alemanha continua se sentindo como cidadão de “segunda classe”, apesar da melhoria de sua situação econômica, o que contribuiu para a ascensão do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) nessa parte do país.

Perto do lugar do debate houve um protesto de grupos de extrema-direita contra Merkel e a chanceler foi perguntada no início da discussão se também estaria disposta a dialogar com os manifestantes.

– Estou disposta a falar com todos os que quiserem falar comigo. Mas, infelizmente, há manifestações em que não se trata de falar com alguém, mas de não deixar os outros falar – ressaltou.

*Com informações da Agência EFE

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