Meninos resgatados se tornam astros nas redes sociais
Missão em caverna da Tailândia completa um mês nesta sexta-feira
Jade Nunes - 10/08/2018 11h56

Os 12 meninos e o treinador que passaram mais de duas semanas presos em uma caverna da Tailândia se transformaram em estrelas das redes sociais após o resgate, que nesta sexta-feira (10) completa um mês.
Os protagonistas da milagrosa operação de salvamento, que se transformará em filme e também será o tema de um museu, retomam pouco a pouco a normalidade em suas vidas, mas com uma grande diferença: o aumento no número de seguidores em seus perfis no Facebook e no Instagram.
– Agradeço a todo o mundo – disse na quarta-feira (8) a seus quase 150 mil seguidores no Facebook Ekapol “Ake” Chanthawong, treinador do time de futebol Javalis Selvagens, onde jogam os meninos resgatados.
– Voltamos à escola – publicou Adul Sam-on, de 14 anos, em seu perfil no Instagram no qual aparece junto com alguns companheiros de aventura e que já recebeu quase 40 mil curtidas.
Ake e Adul, junto com outros dois rapazes, receberam nesta semana seus documentos de identidade tailandês que lhes garante o acesso a direitos e serviços básicos, pois os mesmos tinham status de apátridas.
– Ficarei um tempo sem postar fotografias porque tenho deveres a fazer – escreveu Duangphet Promthep, de 13 anos, às 314 mil pessoas que seguem seu perfil no Instagram.
Professores e colegas de escola deram as boas-vindas na segunda-feira aos 12 estudantes resgatados durante um evento no qual eles ganharam novos uniformes, material escolar e camisas de futebol do time alemão Bayern de Munique.
Os responsáveis de Educação desenharam um plano de estudos para que os rapazes recuperem o tempo que passaram presos na caverna.
Ake, de 26 anos, e os 12 meninos, que têm entre 11 e 16 anos, entraram na caverna Tham Luang, na província de Chiang Rai, no norte do país, durante uma excursão no sábado, 23 de junho, após o término de uma sessão de treinamento de futebol, quando uma súbita tempestade inundou o caminho de saída da gruta.
Após nove dias de buscas, uma expedição formada por dois mergulhadores britânicos localizou o grupo em um terreno seco a mais de quatro quilômetros de distância da entrada da caverna.
O treinador e os “javalis” estavam fracos e cansados pela falta de alimentos, já que, durante o tempo em que passaram perdidos na escuridão da caverna, só encontraram água.
As equipes de resgate traçaram um plano para que os meninos recuperassem suas forças enquanto estudavam a maneira mais segura de retirá-los do interior da montanha, pressionados pela possibilidade que novas chuvas voltassem a inundar a caverna, já que a Tailândia está em plena temporada das monções.
Sedados, acompanhados por dois mergulhadores durante as imersões e transportados em macas pelas galerias, os “javalis” foram saindo em partes: no dia 8 de julho foram quatro resgatados, no dia 9 outros quatro e no dia 10 o restante, entre eles o treinador.
– Tornamos possível o impossível – anunciou entre aplausos Narongsak Ossottanakorn, porta-voz oficial da missão, aos jornalistas de todo o mundo que seguiram minuto a minuto as operações de resgate ‘in loco’.
As imagens dos jovens raspando a cabeça e vestindo as túnicas alaranjadas voltaram a dar a volta ao mundo quando os “javalis” entraram no fim de julho em um mosteiro budista para honrar a memória de Samar Gunan, o experiente mergulhador tailandês que morreu durante os trabalhos de salvamento.
Abdul, que professa o cristianismo, não participou da cerimônia no mosteiro, enquanto o treinador Ake continuará no templo durante um período mais longo.
Como parte do entusiasmo gerado na Tailândia pelo resgate exemplar, as autoridades iniciaram no início do mês a construção de um museu dedicado à arriscada missão na qual participaram mais de 1.300 pessoas e que deve abrir as portas antes do fim do ano.
O museu será construído na parte externa da caverna e contará com pinturas, fotos, roupas e equipamentos das equipes de salvamento e uma estátua do falecido Samar Gunan.
Uma representante do Ministério da Cultura tailandês disse à Agência Efe que as autoridades formarão um comitê para “estudar os diferentes projetos” apresentados por várias companhias de cinema para produzir uma série de filmes e documentários sobre a missão.
*Com informações da Agência EFE
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