Massacre em escola de Uganda deixa ao menos 42 mortos
Grupo de militantes é ligado ao Estado Islâmico
Monique Mello - 17/06/2023 19h08 | atualizado em 17/06/2023 20h29
Uma escola no distrito de Kasese, no oeste de Uganda, foi atacada na noite desta sexta-feira (16). Perto da meia-noite, pelo menos cinco militantes do grupo extremista islâmico Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês) atacaram a Escola Secundária Lhubiriha, em uma comunidade cristã. A região onde fica a escola é onde o ADF atua.
Fontes locais da Portas Abertas compartilham que pelo menos 42 pessoas, a maioria crianças, morreram no ataque. Além disso, várias meninas foram sequestradas e outras estão gravemente feridas.
A escola está localizada a cerca de 55 quilômetros de Kasese, perto da fronteira com a República Democrática do Congo.
O grupo realizou o ataque queimando os prédios da escola, enquanto as crianças ainda estavam dentro, e saqueando o depósito de alimentos.
– Temos informações de que militantes passaram duas noites aqui antes de invadirem a escola. Enviamos helicópteros para serem usados em nossa busca e operação de resgate aos alunos que foram sequestrados – afirma Maj Gen Olum, das Forças de Defesa Popular de Uganda (UPDF, da sigla em inglês).
Os estudantes sequestrados foram usados para transportar a comida saqueada para o Parque Nacional de Virunga. A UPDF continua comprometida com seu mandato de proteger o povo de Uganda e suas propriedades, conforme disse o porta-voz, Brig Geb Felix Kulayigye.
A UPDF, ao lado do exército nacional da República Democrática do Congo (RDC), passou quase dois anos perseguindo o ADF em uma operação conjunta.
O ADF se originou no leste de Uganda nos anos 90 e depois migrou para o nordeste da RDC, onde desde então cresceu em número e força. O grupo extremista não tinha uma lealdade clara ao Estado Islâmico, no entanto, em 2019, o EI reivindicou a responsabilidade por um ataque do ADF e fez referência pela primeira vez a uma “Província da África Central” (braço do Estado Islâmico na África).
A Portas Abertas está envolvida com os cristãos perseguidos em Uganda desde 2003. O país é o 69° na Lista de Países em Observação e é possível saber mais acessando a página exclusiva sobre o país neste link.