Marinha da Austrália resgata pessoas em área de incêndio
Marinha da Austrália resgata pessoas em área de incêndio
Com estradas bloqueadas, transporte por aviões ou navios é a única rota de saída de algumas cidades
Ana Luiza Menezes - 03/01/2020 19h00 | atualizado em 04/01/2020 18h51
A Marinha australiana iniciou, nesta sexta-feira (3), a retirada de pessoas que estavam presas no litoral da cidade de Mallacoota, no estado de Victoria, ao sudeste do país. Milhares de pessoas foram forçadas a procurar refúgio nas praias do sudeste da Austrália para escapar dos incêndios que assolam o país.
Várias famílias embarcaram, com animais de estimação e alguns objetos pessoais, no navio HMAS Choules.
– Esperamos retirar mil pessoas desta região – afirmou o primeiro-ministro australiano Scott Morrison.
Cerca de 4 mil pessoas esperam para ser evacuadas da região por navios. Victoria declarou estado de desastre em uma área habitada por cerca de 100 mil pessoas.
Com estradas bloqueadas, o transporte feito por aviões ou navios é a única rota de saída de algumas cidades, ainda que a fumaça dificulte voos.
Ao menos 20 pessoas morreram, dezenas são consideradas desaparecidas e mais de 1.300 casas foram reduzidas a cinzas desde o início da temporada de incêndios em setembro. As chamas afetaram uma superfície equivalente ao dobro do território da Bélgica.
A meteorologia prevê, para este sábado, o aumento da temperatura para níveis acima de 40°C. As autoridades declararam estado de emergência no sudeste do país, a região com a maior população do país.
Milhares de turistas e moradores receberam ordens para abandonar as áreas mais expostas em uma zona de quase 300 quilômetros ao longo da costa, o que provocou enormes engarrafamentos nas estradas que levam a Sydney e a Canberra. Ao norte da cidade de Nowra, as famílias esperavam em veículos que praticamente não avançavam pelas estradas.
Aviões militares lançaram alimentos em áreas isoladas. Scott Morrison, o primeiro-ministro do país, foi muito criticado por ter viajado de férias ao Havaí em dezembro quando o país já sofria com os incêndios e por não atuar para combater a mudança climática.
Na cidade de Cobargo, em Nova Gales do Sul, Morrison foi vaiado, em particular por uma jovem mãe que chorava e por um bombeiro que se recusou a apertar sua mão.
Os incêndios florestais, muito violentos este ano, também têm um impacto nas principais cidades australianas -Melbourne e Sydney, por exemplo, respiram fumaça tóxica.
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